Quando o Hubble fotografou pela primeira vez 30 Doradus, na Nebulosa da Tarântula (uma das primeiras fotos feitas depois da correção da óptica do Hubble, em 1994), os astrônomos acreditaram que se tratava de um aglomerado de estrelas – o resultado de uma nebulosa que entrou em colapso e começou a produzir estrelas.
30 Doradus se destacava por ser extremamente ativo: era o maior, o mais quente e o mais brilhante aglomerado já visto.
Entretanto, novas fotos feitas pelo Hubble levaram a equipe da pesquisadora Elena Sabbi, do Instituto de Ciência Telescópio Espacial em Baltimore, Mariland (EUA), a reavaliar aquela conclusão.
O que parecia ser um aglomerado irregular e estranho acabou se revelando um par de aglomerados que está iniciando um processo de fusão.
Um dos motivos para os pesquisadores perceberem isso foi a presença de estrelas viajando rapidamente para fora do aglomerado. Este tipo de coisa acontece quando o aglomerado é mais antigo, em um fenômeno chamado colapso do núcleo, quando as maiores estrelas “caem” em direção ao núcleo do aglomerado e acabam expulsando umas às outras do aglomerado, em altas velocidades.
Mas 30 Doradus não parecia ser tão antigo a ponto de já estar experimentando colapso de núcleo. Entretanto, isto pode acontecer em aglomerados menores e mais jovens, quando um maior está fundindo com o menor.
Os dois aglomerados estão a 170.000 anos-luz da Terra, na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da nossa Via Láctea, e têm um milhão de anos de diferença de idade. Estão ativos e criando estrelas desde os últimos 25 milhões de anos, e ao estudar os mesmos, os astrônomos esperam compreender como funcionava a formação de aglomerados e de estrelas logo depois do Big Bang.[LiveScience]