O drama da radiação persiste no Japão. Apesar da especulação em torno da precisão dos relatórios da CNN sobre o assunto, a empresa lançou agora um novo relatório indicando que pode haver uma ruptura do vaso de contenção no reator número 3 na usina nuclear Fukushima Daiichi. Essa é a possível causa para os níveis de radiação 10 mil vezes acima do normal encontrados na área.
O terremoto de 9,0 graus de magnitude que atingiu o Japão em 11 de março ocasionou tsunamis, blecautes, problemas de radiação – tais como água e alimentos contaminados – e um número de mortes que já passou a marca de 10 mil e deve ultrapassar 18 mil vítimas.
Agora, a página da internet da CNN informa que o compartimento de contenção do reator 3 na usina nuclear de Fukushima Daiichi pode ter sido rompido após três trabalhadores da fábrica terem entrado na água que continha 10 mil vezes a quantidade de radiação normal para essa área. O trabalho do compartimento de contenção é impedir que o material radioativo escape para a atmosfera, como explica Hidehiko Nishiyama, da agência de segurança nuclear e industrial do Japão. “A água contaminada provavelmente vazou através do compartimento de contenção de proteção do núcleo do reator”, diz.
Os três trabalhadores, que estavam colocando cabos no subsolo do reator 3, foram levados para o Instituto Nacional de Ciências Radiológicas do Japão depois de terem pisado na água radioativa. De acordo com o Ministério da Saúde do país, uma pessoa que vive num país industrializado é exposto a 3 millisieverts (unidade-padrão) de radiação por ano. Para aqueles que trabalham diretamente com a usina nuclear durante a atual situação, o nível máximo de exposição é de 100 a 250 millisieverts por ano. Dos três homens que pisaram na água radioativa, um tinha aproximadamente 30 anos de idade, com um nível de exposição de 180,7 millisieverts, outro possuía perto de 20 anos, com 179,37 millisieverts e um terceiro homem, com idade não especificada, que foi exposto a 173 millisieverts de radiação. Todos eles passaram de 40 a 50 minutos na água de 15 centímetros de profundidade.
Enquanto a água nessa área é normalmente evaporada e tem baixos níveis de radiação, Nishiyama está preocupado com as outras 536 pessoas que trabalhavam na fábrica durante a sexta-feira em que ocorreu o incidente. Ele ainda expressa o desejo de melhorar as medidas de gestão de radiação.
Nishiyama também gostaria de melhorar as medidas de gestão de radiação do reator 1 e 2, que ainda apresentam dificuldades de funcionamento. Por exemplo, o reator 1 teve problemas com o aumento da pressão, enquanto o reator n. º 2 precisa mudar a água do compartimento de combustível gasto – de água salgada para água doce – a fim de evitar o agravamento da corrosão causada pelo sal.
Os demais reatores, 4, 5 e 6, também estão sendo observados, mas não devem apresentar grande ameaça, uma vez que não sofreram danos significativos durante o terremoto. [DailyTech]