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Aranha minúscula cria versão maior de si mesma para confundir predadores

Como nós podemos ver, essa não é uma aranha real. Para sorte da aranha real, no entanto, seus predadores não sabem disso.

Essa “aranha falsa” é um chamariz, construído a partir de galhos, folhas, restos de insetos mortos, enfim, qualquer material disponível para criar um disfarce e proteger o animal verdadeiro.

O biólogo e educador de ciência Phil Torres descobriu esse disfarce na Amazônia peruana, perto do Centro de Pesquisa Tambopata. O chamariz tem 2,5 centímetros, mas, impressionantemente, foi feito por uma aranha de 5 milímetros. Essa aranha é, provavelmente, uma nova espécie do gênero Cyclosa, conhecido por fazer disfarces semelhantes.

Outras aranhas do gênero Cyclosa criam chamarizes usando os sacos de ovos que sobram depois do nascimento de filhotes. As aranhas também organizam detritos ao longo de fios de seda de uma forma simétrica que faz parecer quase exatamente como uma aranha maior pendurada na teia.

Estudos descobriram que algumas espécies de Cyclosa têm uma maior taxa de sobrevivência contra potenciais predadores, como vespas, porque eles acabam atacando os animais falsos em vez de a aranha em si.

Mas esses disfarces não têm sequer pernas, e são bem mais simples que os vistos recentemente. Por conta disso, essa aranha minúscula que constrói réplicas detalhadas de aranhas maiores para intimidar e confundir potenciais predadores deve ser de uma nova espécie, conforme suspeitam os pesquisadores.

Torres disse que, quando viu pela primeira vez uma dessas pequenas aranhas, ficou maravilhado. Ela até que se move para trás e para frente, dando a impressão de que a aranha falsa está se movendo e, no processo, confundindo os predadores a atacar a “isca”.

Os pesquisadores passaram 3 dias explorando a região e encontraram cerca de 25 dessas aranhas em uma área em volta do Centro de Pesquisa Tambopata. Extensas pesquisas em outras regiões não encontraram nenhuma das aranhas, mostrando que elas têm uma gama bastante restrita, pelo menos localmente.

Agora, especialistas vão analisá-las para colaborar com a descrição da espécie. Isso é, se ela for mesmo uma nova espécie. O próximo passo é ter certeza que ela é realmente um novo animal, comparando-a com outras espécies, dissecando-a, entre outros testes científicos.[POPSCI, PeruNature, TheVerge]

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