Pompeia não cansa de nos revelar mais pedaços de sua história, ainda que eles sejam muitas vezes sombrios. Como o caso desse homem que conseguiu escapar da primeira fúria eruptiva do Vesúvio apenas para ser esmagado sob um bloco de pedra arremessado por uma nuvem vulcânica explosiva.
Ao realizar novas escavações no local, arqueólogos encontraram os restos mortais da azarada vítima, quase dois mil anos depois da sua morte na antiga cidade romana, em 79 dC.
A imagem impressionante acima revela um pouco a cena: o esqueleto foi encontrado preso sob a pedra, e os cientistas dizem que o impacto provavelmente esmagou o topo do seu corpo.
A catástrofe
Os arqueólogos ainda não examinaram a parte do esqueleto que permanece enterrada na rocha, mas afirmaram que o homem possui lesões na tíbia que são provavelmente sinais de uma infecção óssea. Isso, por sua vez, pode ter dificultado sua tentativa de fuga.
Apesar disso, o rapaz, com pelo menos 30 anos de idade, sobreviveu à primeira fase da erupção, escapando com sucesso por um beco, possivelmente mancando por causa de sua infecção.
Neste beco, no entanto, foi atingido pelo maciço bloco de pedra – talvez um batente de porta – que deve ter sido arremessado contra ele pela força do fluxo piroclástico do Vesúvio. O fluxo piroclástico é uma mistura ardente de gás, fragmentos de lava e outros detritos arremessados por um vulcão.
Avanços tecnológicos
Poder recontar a história desta vítima é um desenvolvimento recente que dependeu de muitos cérebros e tecnologias.
De acordo com Massimo Osanna, diretor-geral do Parque Arqueológico de Pompeia, esta descoberta mostra os avanços que foram feitos na área. A equipe que atualmente escava o local não é formada apenas de arqueólogos, mas de especialistas de diversos campos, incluindo engenheiros e restauradores. Além disso, o uso de ferramentas técnicas como drones e scanners 3D se tornou disponível.
“Agora temos a possibilidade de reconstruir o espaço como nunca antes. Esta é a primeira vez que uma escavação acontece com todas essas ferramentas. Nos anos 1800 e 1900, eles cavaram a região onde encontramos o esqueleto, mas não foram tão fundo quanto nós. Por causa dos especialistas que temos, sabíamos como fazer isso”, afirmou Osanna. [CNN]