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As redes sociais crescem, o cérebro acompanha

O cérebro dos macacos cresce a cada vez que se aumenta um companheiro de jaula, de acordo com um novo estudo que revela o crescimento de certas partes do cérebro associadas ao processamento de informação social.

“Há uns dois estudos em humanos, de diferentes grupos de pesquisa, que mostram certa correlação entre o tamanho do cérebro e o da rede social, e nós achamos similaridades em nossos estudos”, afirma um dos pesquisadores do estudo, Jerome Sallet, da Universidade de Okford, na Inglaterra. “Nosso estudo reforça a ideia de que a rede social humana foi construída em algo que já existia nos macacos da espécie rhesus”.

Os pesquisadores estudaram 23 macacos rhesus vivendo em grupos de diferentes tamanhos em uma instalação de pesquisa. Eles estiveram com os grupos por pelo menos dois meses (a média de tempo no grupo era de mais de um ano).

Cada grupo possuía uma hierarquia de dominação própria (exceto um macaco que foi mantido sozinho). O posto entre os machos é dependente das interações sociais, incluindo a habilidade de fazer amigos e formar coalizões, o que garante acesso ao macaco a recursos valiosos.

Os cérebros dos macacos foram visualizados através de ressonância magnética, para analisar as diferentes partes cerebrais. Eles notaram aumento na massa cinzenta em várias regiões associadas às interações sociais. Na média, eles viram mais de 5% de aumento a cada colega extra.

De acordo com as áreas mais afetadas, pode-se dizer que o aumento da massa cinzenta é “um reflexo da necessidade de decodificar o significado das expressões faciais, gestos e vocalizações de um grande número de indivíduos e combinações de indivíduos resultantes do crescimento da rede social”, escreveram os pesquisadores.

Eles então compararam as imagens cerebrais de acordo com a hierarquia. Eles viram um aumento também nas áreas relacionadas aos níveis mais altos de dominação.

Essas mudanças no tamanho cerebral são um exemplo das possibilidades do cérebro de mudar com o tempo. Uma pesquisa anterior indicou que a aprendizagem de habilidades físicas talvez seja capaz de aumentar as áreas motores do cérebro, mas isso não havia sido mostrado para relações sociais, especialmente a correlação com o ranking social. As partes responsáveis por esse aspecto talvez tenham crescido devido a necessidade de armazenar quantidades extras sobre os números de colegas de cativeiro dominados e submissos.

Diferente dos estudos em humanos, esse durou meses. Estudos anteriores com humanos podem ser interpretados de dois modos: cérebros maiores levam a redes sociais maiores, ou redes sociais maiores levam ao crescimento dessas áreas.

Mas há limitações para as descobertas. Os animais não foram divididos em grupos ao acaso (apesar das razões para as divisões não serem parte do estudo), podendo sugerir que outro fator talvez seja importante também. Por exemplo, macacos mais sociáveis talvez tenham sido abrigados em grupos maiores. Mas Sallet diz que esse não foi o caso. “A rede social dos macacos foi organizada por pesquisadores e não dependeu da sociabilidade de cada um”, afirmou.[LiveScience]

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