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Bactéria de 4 milhões de anos foi encontrada na mais profunda caverna do mundo

Os cientistas descobriram uma antiga cepa de bactérias chamada Paenibacillus em uma das cavernas mais profundas do mundo.

Sombriamente, ela parece ser resistente a todos os antibióticos que a medicina moderna já conseguiu criar.

Caverna Lechuguilla

As bactérias ficaram escondidas por mais de 4 milhões de anos, o que sugere que existem outras igualmente poderosas que podem desenvolver resistência a certos tipos de antibióticos sem a influência dos seres humanos e dos nossos medicamentos.

Uma teoria é de que elas desenvolveram tal resistência através da exposição a “antibióticos naturais” no ambiente subterrâneo.

A cepa foi descoberta cerca de 305 metros no subsolo da caverna Lechuguilla, no Novo México, nos EUA, um ambiente cientificamente importante ao qual somente algumas equipes de pesquisa têm acesso.

Cientistas da Universidade de Akron, nos EUA, e da Universidade McMaster, no Canadá, usaram amostras da caverna para identificar cinco formas pelas quais a Paenibacillus bloqueia antibióticos, com o objetivo de ajudar a descobrir como vencer essa resistência no futuro.

Estudo importante

Os antibióticos funcionam bloqueando os mecanismos que as bactérias prejudiciais usam para nos infectar, mas o problema é que esses patógenos estão evoluindo rapidamente e encontrando novos mecanismos para substituir os bloqueados mais rápido do que podemos entendê-los.

Além desse problema, temos o fato de que nosso aumento no uso de antibióticos em hospitais e outras indústrias, como a agricultura, parece estar ajudando a resistência a antibióticos a evoluir ainda mais rapidamente.

“Identificamos alguns mecanismos únicos de resistência que nem sequer emergiram em bactérias que nos deixam doentes, o que é emocionante, porque isso significa que temos tempo”, explica a pesquisadora Hazel Barton, da Universidade de Akron.

Isso é parte da razão pela qual esta estirpe de bactérias antigas é de tanto interesse. Ela existia mesmo antes dos seres humanos aparecerem, então sua resistência independente parece vir de algum outro tipo de pressão ambiental, ainda desconhecido.

Testes

Os testes mostraram que as bactérias eram resistentes a 18 antibióticos diferentes, incluindo a daptomicina, que é usada como uma “droga de último recurso”, quando todas as outras já falharam.

A principal defesa usada pela Paenibacillus é produzir mutações em células individuais que são passadas para a próxima geração.

Nesta fase, esta bactéria resistente não torna seres humanos doentes, mas se evoluir para se tornar patogênica – o que pode acontecer com ou sem intervenção humana -, a equipe espera já ter encontrado uma maneira de derrotá-la.

A solução pode estar próxima

Bem como a caverna Lechuguilla abriga bactérias antigas resistentes a medicamentos, também pode conter os ingredientes para novos antibióticos.

“Esse é o próximo passo deste estudo”, disse um dos membros da equipe, Gerry Wright, da Universidade McMaster.

A menos que possamos ficar um passo à frente desses patógenos, a resistência antimicrobiana se tornará um grande problema no futuro, tornando as curas para certas doenças tão arriscadas quanto as próprias doenças.

A pesquisa foi publicada na revista científica Nature Communications. [ScienceAlert]

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