Novas imagens do cérebro revelam um novo padrão de conexão entre as suas partes. Ao contrário da noção antiga, de fibras neurais transmitindo informações, como um “macarrão”, as novas imagens revelam padrões bidimensionais de fibras paralelas.
“O incrível é que as fibras neurais do cérebro forma uma rede 3D, e de forma muito simples”, afirma o líder do estudo, Van Wedeen.
A superfície do cérebro contém cerca de 40 bilhões de células nervosas, cada uma fazendo cerca de mil conexões, a partir de um padrão que os cientistas ainda precisam decifrar.
“O cérebro humano é a estrutura conhecida mais complexa do universo, e funciona a partir das células neurais se comunicando. Se nós não entendemos como elas decidem com quem conversar e como conversar, nós simplesmente não entendemos como o cérebro funciona”, afirma o cientista Marsel Mesulam, que não esteve envolvido no estudo das novas imagens.
“Analisando múltiplas espécies, descobrimos que esse padrão é substancialmente familiar”, afirma Wedeen. “Desde os primatas com cérebros pequenos até os com cérebros grandes, as regras são as mesmas, mas elas estavam são aplicadas com cada vez mais diversidade e mais camadas, mais complexas”.
Cérebro adaptável
As imagens desse padrão fazem sentido, já que o cérebro teve que se “reorganizar” tanto evolutivamente (para formar os nossos cérebros complexos de hoje) quanto durante sua vida “útil” (conforme crescemos e aprendemos mais coisas, por exemplo). Se a organização fosse caótica, ele não funcionaria adequadamente.
Em outras palavras, adaptar um cérebro organizado de maneira complexa para que a próxima geração pudesse sobreviver seria praticamente impossível.
Com uma estrutura organizada a partir de um padrão, a evolução pode facilmente acontecer a partir do que era antes – adicionando sistemas mais complexos.
Wedeen planeja expandir o mapeamento do cérebro humano com ainda mais detalhes. Também é importante compreender a relação entre as estruturas e as funções cerebrais, pois isso pode ajudar a ciência a entender quando algo dá errado no desenvolvimento do órgão.
“Digamos que alguém chegue para você e fale: ‘meu filho de dois anos não me olha nos olhos’. Isso seria um indício de algum mal ou apenas uma diferença individual? Com o mapeamento do cérebro, você saberia por onde começar”, finaliza Wedeen. [LiveScience]