A maioria das galáxias, senão todas elas, inclusive a nossa Via Láctea, possivelmente possuem buracos negros supermassivos nos seus centros.
Mas será que os buracos negros vieram antes, ajudando a formar as galáxias puxando o material ao seu redor ou eles surgem no centro de galáxias já formadas?
Esta questão preocupou os cientistas por muito tempo, mas uma nova pesquisa, enfocada no primeiro bilhão de anos da história do universo indica que a primeira opção possivelmente é a verdadeira.
“Parece que os buracos negros vieram primeiro”, afirma o Dr. Chris Carilli, Observatório Nacional de Radio Astronomia dos EUA, que participou do estudo. “A evidência está se acumulando.”
Estudos anteriores revelaram uma ligação intrigante entre as massas dos buracos negros e o “amontoado” de estrelas e gás nas galáxias.
Geralmente a massa de um buraco negro comum representa apenas a milésima parte da massa de um buraco negro supermassivo, que costuma ter o tamanho de um sistema solar inteiro.
Isso indicou uma “relação interativa” entre o buraco negro e o amontoado de estrelas. O que não estava claro é quando qual veio antes, ou se cresceram juntos.
Novas observações de radiotelescópios que conseguem enxergar quase o nascimento das primeiras galáxias podem não responder esta questão. Estas galáxias jovens e distantes tinham buracos negros muito maiores em relação ao amontoado de massa central do que galáxias mais velhas e mais próximas.
“A implicação é que os buracos negros começaram a crescer antes”, disse o Dr. Fabian Walter, cientista do Instituto Max-Planck de Radioastronomia na Alemanha.
O próximo desafio é descobrir como o buraco negro e o amontoado de massa afetam mutuamente seu crescimento, disseram os astrônomos.
Telescópios poderosos que estão em construção ajudarão a resolver o mistério. O Dr. Chris disse que “para entender como o universo chegou a tomar a forma atual nós temos que entender como as primeiras estrelas e galáxias se formaram quando o universo era jovem.”
“Com os novos observatórios que teremos nos próximos cinco anos, nós teremos a oportunidade de aprender detalhes importantes da era quando o universo era apenas uma crianças comparado com a idade adulta atual.” [Telegraph]