As teorias sobre os primórdios da raça humana estão em constante mudança. As ideias mais recentes, baseadas em genética, estimam a primeira separação entre grupos humanos (ou seja, o início da expansão do Homo sapiens pelo mundo) em 70 mil anos atrás. E os responsáveis pela primeira separação, conforme novas descobertas com pedaços de cabelo, seriam os aborígenes da Oceania.
Se confirmada, essa teoria seria uma reviravolta sobre o pensamento mais aceito até então. O que os cientistas levaram como base, até hoje, era a ideia de que houve uma dispersão única do ser humano, a partir de algum ponto da África. E que isso aconteceu há cerca de “apenas” 24 mil anos. E a Oceania seria um dos últimos lugares que eles alcançaram.
A nova teoria, por outro lado, coloca os aborígenes como pioneiros na colonização da Terra. Eles foram os primeiros a se “desgarrar” e a viver isoladamente, como um povo. E não foi preciso fazer testes arqueológicos para se chegar a essa conclusão: o que foi analisado foi uma mecha de cabelo de um aborígene “atual” (dada de presente por um nativo australiano a um pesquisador britânico em 1923). Os responsáveis pelos testes foram cientistas do Imperial College, em Londres (Inglaterra).
Essa é a vantagem da genética na era computadorizada: é possível fazer estimativas competentes sem precisar recorrer a material arqueológico. As teorias da diáspora humana, com a nova descoberta, seguem em aberto. As novas ideias encontraram boa aceitação entre os pesquisadores, mas haverá a necessidade de estudos mais precisos para que uma teoria completa seja formulada. [BBC]