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Maconha: componente protege o cérebro contra alzheimer

Cientistas do Instituto Salk (EUA) descobriram evidência de que o tetraidrocanabinol (THC) e outros componentes encontrados na maconha podem ajudar na remoção da beta amiloide, proteína observada no cérebro de pacientes com a doença de Alzheimer.

“Apesar de outros estudos terem oferecido evidência de que canabinoides podem ser neuroprotetores contra os sintomas de Alzheimer, acreditamos que nosso estudo é o primeiro a demonstrar que os canabinoides afetam tanto a inflamação quanto o acúmulo de beta amiloide nas células nervosas”, diz o professor David Schubert, autor principal do trabalho.

Esses estudos exploratórios aconteceram em neurônios desenvolvidos em laboratório. Eles foram alterados para produzir grandes níveis de beta amiloide e imitar os aspectos da doença, que atinge 1,5 milhão de pessoas no Brasil e 37 milhões no mundo.

O beta amiloide se acumula nas células nervosas do cérebro, formando placas amiloides, também conhecidas como placas senis ou neuríticas. Elas são a marca registrada da doença.

O trabalho desenvolvido pela equipe do Instituto Salk, publicado com o título Aging and Mechanismis of Disease, mostra que altos níveis desta proteína estão associados à inflamação celular e morte celular.

THC

Os pesquisadores conseguiram demonstrar que a presença de THC reduz os níveis da proteína beta amiloide e elimina a resposta inflamatória das células nervosas. Assim, as células conseguem sobreviver.

O real culpado pelas mortes das células

“Inflamação no cérebro é a causa que traz mais dano associada à doença de Alzheimer, mas sempre pensamos que essa resposta vinha de células imunológicas no cérebro, e não da própria célula nervosa”, diz Antonio Currais, um dos pesquisadores. “Quando pudemos identificar a base molecular da resposta inflamatória, ficou claro que componentes semelhantes ao THC que as células produzem elas mesmas podem estar envolvidos na proteção delas”.

O que torna o THC especial é a semelhança com receptores celulares que ajudam a proteger as células. Em outro estudo conduzido pela mesma equipe, um candidato à medicamento chamado J147 também mostrou que consegue remover o beta amiloide das células e diminuir a inflamação.

Agora a equipe quer ver se consegue os mesmos efeitos em testes clínicos, com pacientes. [ScienceDaily]

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