Uma nova pesquisa observou que ratos cegos podem identificar objetos usando receptores no olho, que até então os cientistas pensavam não ter nenhum papel na formação de imagens. E já que os seres humanos possuem os mesmos receptores, a descoberta pode apontar um caminho para dar às pessoas cegas alguma habilidade para ver.
Tanto os ratos como os seres humanos tem três tipos de receptores de detecção de luz no olho. Cones e bastonetes detectam a luz, a escuridão, a forma e a cor, e fazem a vista normal possível. E até então se pensava que os receptores do terceiro tipo, células ganglionares chamadas MCGCs, apenas serviam para responder a luz por longos períodos de tempo, para ajudar a moderar padrões de sono e vigília.
Para investigar o seu papel na visão, pesquisadores usaram ratos sem cones e bastonetes e os colocaram em um labirinto. Eles foram capazes de identificar uma alavanca com um padrão de visibilidade que lhes permitiu escapar. Em outra tarefa, a equipe descobriu que os ratos que tinham apenas MCGC podiam seguir o movimento de um tambor rotativo. Isto sugere que MCGCs podem formar “imagens mensuráveis de baixa acuidade”.
O pesquisador acredita que os ratos do experimento se comportam como pessoas com “visão cega”, que podem navegar objetos redondos sem percebê-los conscientemente. Para ele, a MCGC pode ter permitido que a simples visão evoluísse antes da introdução de fotorreceptores (cones e bastonetes). O que ele espera agora é que sua descoberta possa conduzir a maneiras de ajudar as pessoas cegas a recuperar algum grau de visão.