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China anuncia plano de construir estação espacial tripulada própria daqui a dez anos

A China tem se aventurado na tecnologia de estações espacial há vários anos, mas até pouco tempo atrás o objetivo da nação ainda não era muito concreto, consistindo principalmente em planos para lançar alguma espécie de foguete de teste em órbita em algum momento em um futuro nebuloso.

No fim do mês de abril, a China esclareceu as dúvidas sobre suas ambições no campo das estações espacial, lançando um ambicioso plano de construir sua própria dentro dos próximos dez anos.

Atualmente conhecido como Tiangong, ou “palácio celestial” (as autoridades chinesas estão pedindo ao público sugestões para um nome permanente), a estação espacial de 66 toneladas vai abrigar uma tripulação de três astronautas e dois laboratórios de astronomia, microgravidade e experimentos biológicos. E, dependendo dos elementos políticos e econômicos em torno da empreitada, ela poderá ser a única estação espacial em órbita na década seguinte, de 2020 (sua vida útil pode ser estendida até 2028).

Tiangong será composta por um módulo central e dois módulos de laboratório. A peça central terá de cerca de 60 metros de comprimento, enquanto os laboratórios medirão cerca de 50 metros cada. A estrutura inteira deve medir aproximadamente 14 metros de diâmetro. Seguindo os parâmetros de estações espaciais, a chinesa não será muito grande.

Mas a própria ideia da construção da estrutura sinaliza uma mudança no equilíbrio de poder na órbita da Terra, uma vez que a Nasa tem reduzido o seu próprio papel nas atividades de voos espaciais orbitais para se focar em missões mais profundas no espaço. A China colocou um ser humano em órbita pela primeira vez apenas menos de uma década atrás, e realizou seu primeiro passeio espacial há três anos. Agora, cheios de dinheiro, os chineses planejam desenvolver tecnologias de espaço orbital próprias em um ritmo extremamente rápido.

Quão rápido? Bem, o módulo Tiangong-1 vai ser lançado ao espaço ainda este ano para começar a testar as tecnologias de acoplamento com uma nave espacial não-tripulada. Duas nave espaciais tripuladas vão ser lançadas na sequência.

Depois será a ver de Tiangong-2, demonstrando a capacidade de suportar uma tripulação de três pessoas durante 20 dias. Tiangong-3 – previsto para 2015 – vai abrigar uma equipe por 40 dias. Até o momento em que a China tiver tempo para construir a estação real, no final desta década, os três módulos de teste vão ter fornecido os dados e a tecnologia para permitir a construção do produto final.

As autoridades chinesas disseram que o intercâmbio internacional será bem-vindo e que eles planejam usar hardware de encaixe compatível com embarcações estrangeiras, que serão capazes de se acoplar ao “Palácio Celestial”. Em outras palavras, a China pensa em aderir ao precedente de abertura espacial.

Por outro lado, a tecnologia que viria a ser desenvolvida pelos chineses e as facilidades que eles ofereceriam às outras nações colocaria a China em uma posição poderosa e autônoma no campo espacial, o que pode levar a tensões políticas. Um consultor da Nasa chamado o projeto de “um poderoso símbolo político”. [PopSci]

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