Cientistas do Instituto de Química da Universidade de Campinas descobriram que amostras comerciais de chocolates compradas no Brasil contêm diferentes níveis de chumbo e cádmio que podem causar problemas de saúde.
Estes níveis estão ligados a quanto cacau um produto possui.
O chocolate tem muitos benefícios potenciais à saúde, devido aos altos níveis de flavonoides e antioxidantes no seu ingrediente principal, o cacau. No entanto, outros componentes indesejáveis podem ser encontrados no doce.
Estudos anteriores mostraram que as culturas de cacau podem absorver chumbo e cádmio, dois metais que ocorrem naturalmente.
O chumbo pode causar dor abdominal, dores de cabeça e anemia em adultos. Em crianças, pode causar alterações comportamentais e atraso de linguagem, entre outros problemas. Por sua vez, o cádmio pode causar danos a vários órgãos. Também tem efeitos similares ao estrogênio e perturba alguns hormônios.
Preocupados que o chocolate pudesse conter chumbo e cádmio por conta do cacau, Solange Cadore e seus colegas resolveram analisar amostras comerciais do produto.
Os pesquisadores testaram 30 chocolates ao leite, brancos e amargos comprados no Brasil. A maioria era de marcas brasileiras.
Eles descobriram que chocolates amargos tinham as maiores quantidades de chumbo e cádmio, mas todos os níveis estavam abaixo dos limites máximos de consumo no Brasil, na União Europeia e segundo a Organização Mundial da Saúde.
Os EUA, no entanto, recomendam que o nível de chumbo no doce não seja superior a 100 nanogramas por grama (ng/g), e duas amostras superaram esse limiar em cerca de 30 a 40 ng/g.
Os pesquisadores apontam que apenas uma fração do chumbo ou cádmio seria absorvida na corrente sanguínea da pessoa, mas os níveis encontrados no chocolate amargo ainda assim são alarmantes. [Phys]