Ícone do site HypeScience

Cidade maia perdida é descoberta por adolescente de 15 anos

Atualização: Alguns especialistas e céticos não acreditam que o garoto tenha mesmo feito alguma descoberta. Por exemplo, David Stuart, antropólogo da Universidade do Texas em Austin, disse através de sua página no Facebook que é uma coincidência que cidades maias fiquem “abaixo” de constelações, pois estrelas estão “por todos os lugares”. Além disso, ele considera que a “estrutura” vista nas imagens de satélite é um milharal.

Thomas Garrison, antropólogo da Universidade da Califórnia do Sul e especialista em sensoriamento remoto, também crê que as imagens mostram campos de milho antigos. Ele disse ao portal Gizmodo que aplaude o esforço do jovem, no entanto, a natureza retilínea da estrutura e a vegetação secundária são sinais claros de uma milpa.

Por fim, o portal contatou Ivan Sprajc, do Instituto de Estudos Antropológicos e Espaciais na Eslovênia, que falou que os maias eram muito bons astrônomos, mas que ele não acha que estas cartas antigas possam ser utilizadas para revelar a localização de sítios arqueológicos. Muitas poucas constelações foram identificadas, e mesmo nesses casos não sabemos quantas e quais estrelas exatamente compõem cada constelação. “Assim, é impossível verificar se há qualquer correspondência entre as estrelas e a localização de cidades maias. Em geral, uma vez que sabemos de vários fatos ambientais que influenciaram a localização dos assentamentos, a ideia de correlacioná-los a estrelas é totalmente improvável”, argumentou.

Texto original: Um estudante canadense de 15 anos descobriu o que pode ser uma cidade maia perdida no México, usando uma técnica inovadora.

Imagens de satélite sugerem que a cidade realmente existe, coisa que uma expedição pode confirmar em breve.

Descoberta incrível

William Gadoury, um adolescente de Saint-Jean-de-Matha, começou a se interessar por arqueologia após a publicação do calendário maia anunciando o fim do mundo em 2012.

Depois de passar horas estudando diagramas de constelações e mapas de cidades maias conhecidas, o garoto notou que as duas coisas pareciam estar ligadas: as estrelas mais brilhantes das constelações se sobrepunham perfeitamente com os locais das maiores cidades maias.

Nenhum outro pesquisador tinha feito tal correlação até agora.

“Eu não entendia por que os maias tinham construído suas cidades longe dos rios, em terras marginais e nas montanhas”, explicou Gadoury ao Le Journal de Montreal. “Eles devem ter tido uma razão, e como eles adoravam as estrelas, tive a ideia de verificar a minha hipótese”.

Bingo

Depois de estudar 22 constelações diferentes, Gadoury notou que elas correspondiam perfeitamente aos locais de 117 cidades maias localizadas no México, Guatemala, Honduras e El Salvador.

Ao observar uma 23ª constelação, ele foi capaz de combinar duas estrelas a conhecidas cidades, mas uma terceira ficou sem correspondente.

Usando sobreposições transparentes, Gadoury encontrou um local profundo nas selvas da Península de Yucatán, no México, onde deveria haver uma cidade maia.

Satélite

Para saber se havia de fato uma cidade por ali, Gadoury contatou a Agência Espacial Canadense, que lhe forneceu imagens espaciais da NASA e da JAXA (Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial).

As imagens de satélite revelaram estruturas geométricas inegavelmente escondidas sob as copas das árvores. É improvável que elas sejam formações naturais.

Gadoury, juntamente com o Dr. Armand LaRocque, especialista em sensoriamento remoto da Universidade de New Brunswick, no Canadá, acreditam que elas sejam uma pirâmide maia antiga cercada por 30 estruturas menores.

O adolescente decidiu nomear a cidade perdida de K’aak Chi, que significa “Boca de Fogo”. Se confirmada, seria uma das maiores cidades maias já descobertas.

Expedição?

O próximo passo para confirmar a descoberta seria uma expedição até o local, mas isso não sairá barato, nem será fácil. Isso porque a cidade perdida fica em uma das áreas mais remotas e inacessíveis do México.

Gadoury entrou em contato com uma equipe de arqueólogos mexicanos, e está esperando para participar em uma missão ao sítio arqueológico. “Seria a culminação de meus três anos de trabalho e o sonho da minha vida”, disse o adolescente. [Gizmodo]

Sair da versão mobile