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Cientista combina novos tratamentos de câncer que têm menos efeitos colaterais

Nos últimos anos, os cientistas têm pesquisado novos caminhos para o tratamento de câncer que tenham como alvo apenas o tumor, sem danificar o tecido normal e, portanto, que diminua os efeitos colaterais.

Apesar disso, a maioria dos pacientes sofre consequências potencialmente drásticas de tratamentos agressivos, incluindo cirurgia, radioterapia e quimioterapia, com efeitos colaterais graves como vômitos, perda de cabelo, deformação pós-cirúrgica e outros, que podem comprometer seriamente a qualidade de vida da pessoa.

Uma nova terapia utiliza nanopartículas, em nanotubos de carbono (NTC), para entregar remédios diretamente no interior das células. Eles são muito pequenos; um nanômetro é um bilionésimo de metro. Assim, concentrações elevadas de medicamentos podem chegar ao interior das células cancerígenas sem afetar as células normais. As nanopartículas também aumentam o tempo que um medicamento fica dentro da célula, em comparação com outras terapias.

Outra nova terapia que tem sido utilizada é a eletroporação irreversível não-térmica (EINT). O princípio desta terapia é conhecido desde 1898. Ela era usada como um método para tratar as águas infestadas de bactérias, mas agora está sendo usada no tratamento de câncer.

A EINT é a aplicação de campos elétricos em uma área do tecido alvo com o propósito de permanente abertura de poros nas membranas de uma célula, causando morte celular. A destruição das células neste caso não é devido à lesão térmica – o que é importante, pois permite a eliminação de células tumorais, respeitando o tecido normal.

A EINT foi usada pela primeira vez em humanos em 2008, para tratar câncer de próstata, com bons resultados. Novos ensaios clínicos estão sendo conduzidos para tratar câncer de pulmão, rim e outros. Os nanotubos de carbono, teoricamente, são muito promissores como terapia contra o câncer, mas ainda são necessárias pesquisas que abordem seus possíveis efeitos.

Agora, um bioengenheiro, co-inventor da EINT, está fazendo um estudo combinando as duas terapias. Ele está usando a EINT para tratar o tumor e o NTC para alvejar seletivamente as células cancerosas (tanto as células tumorais quanto as que já viajaram pelo corpo).

Segundo ele, o procedimento é feito essencialmente com dois eletrodos minimamente invasivos colocados na região de destino, que pulsam cerca de 80 vezes em um minuto. Os pulsos são de alta tensão, mas de baixa energia, de modo que nenhum aquecimento significativo ocorre. A falta de calor é importante para estruturas como nervos e vasos sanguíneos, pois preserva os tecidos e permite o tratamento de tumores previamente inoperáveis.

Em geral, a maioria dos estudos relata efeitos colaterais mínimos no tratamento com EINT, mas existem algumas preocupações sobre as terapias com nanotubos de carbono, uma vez que efeitos como resposta inflamatória excessiva e formação de radicais livres foram observados em algumas pesquisas.

De acordo com o pesquisador, a EINT pode ser utilizada de forma segura agora, mas para combiná-la com outra terapia é preciso ter cuidado, principalmente com a escolha de nanopartículas, para evitar qualquer toxicidade para o organismo.

A terapia combinada de nanotubos de carbono com EINT pode ser usada para tratar qualquer tipo de câncer, incluindo cérebro, próstata, rim, fígado e pâncreas, mas é limitada por ser uma técnica focal. O cientista afirma que apenas um local de 2 a 3 cm pode ser tratado em um determinado momento. Um dos próximos objetivos é aumentar a zona que pode ser tratada com um único procedimento.

Como acontece com qualquer tratamento focal, esta terapia combinatória provavelmente será usada em conjunto com um tratamento convencional, até que sua eficiência possa ser amplamente demonstrada. No entanto, ela pode ser usada de forma independente, e também pode ser usada como terapia de resgate, quando outras técnicas não são mais eficazes.
A nova terapia combinada pode oferecer um futuro mais promissor para pacientes que sofrem de câncer, já que utiliza procedimentos minimamente invasivos. Ela pode aumentar a qualidade de vida e diminuir o risco de metástase nos pacientes. [LiveScience]

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