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Cientistas convertem células da pele diretamente em células do coração

Cientistas do Instituto de Pesquisa Scripps, em parceria com a Universidade de California, converteram células de pele adultas em células de um coração com batimento, em camundongos. A novidade é que o desenvolvimento das células foi realizado sem a criação de células-tronco embrionárias, o que é um processo difícil e demorado.

“É como lançar um foguete”, compara o coordenador da pesquisa, Sheng Ding. “Até agora as pessoas achavam que era preciso chegar até a Lua e, a partir daí, ir para outros planetas. Mas nós mostramos que você pode redirecionar o seu foguete para outro planeta logo após o lançamento. É um paradigma completamente novo”, afirma.

O nosso corpo tem uma capacidade reduzida de produzir novas células maduras, quando outras foram danificadas ou perdidas. As células embrionárias ficaram famosas, portanto, por sua capacidade de diferenciação, o que faz com que elas se multipliquem e se alterem em diversos tipos de células maduras enquanto o corpo se desenvolve.

Cientistas têm tentado “reprogramar” as células adultas para um estágio pluripotente (ou embrionário). Porém, esse é um processo bastante complexo. Para criar células pluripotentes a partir da pele, por exemplo, é necessário de duas a quatro semanas, e das milhares de células criadas, apenas uma consegue sobreviver à transformação.

Depois desse processo, ainda seria necessário induzir as recém criadas células embrionárias a outro tipo de célula, o que também leva de duas a quatro semanas. E, mesmo que elas se desenvolvam corretamente, os pesquisadores estão céticos quanto ao seu uso – em um experimento com ratos, ao induzir uma célula embrionária a se tornar uma célula do coração, o resultado foi uma combinação das duas, provocando crescimentos semelhantes a tumores cancerígenos.

Para remediar esses problemas, Ding e sua equipe decidiram pular essa fase, e encontrar uma maneira de transformar células da pele adultas diretamente em células do coração com batimento. A solução veio através de uma pesquisa japonesa, que havia transformado células da pele em embrionárias através do posicionamento de quatro genes na célula.

A equipe de Ding utilizou os mesmos genes, mas ao invés de deixá-los continuamente ativos, o fizeram por somente alguns dias. Posteriormente, as células foram induzidas a se transformar em células de coração com batimento e, apenas 11 dias após iniciado o processo, a transformação estava concluída.

Agora, os pesquisadores esperam que o estudo ajude a superar erros técnicos e demais problemas de segurança que estão associados a alguns tipos de terapias com células-tronco. [DailyTech]

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