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Cientistas criam microscópio com resolução de 50 nanômetros

Pesquisadores criaram a maior resolução de microscópio óptico auxiliado por grânulos de vidro minúsculos. O microscópio oferece um olhar direto a objetos de apenas 50 bilionésimos de um metro.

A técnica usa “ondas evanescentes”, emitidas muito perto de um objeto. As esferas reúnem essa luz normalmente perdida, e voltam a focá-la, canalizando-a em um microscópio padrão.

Dessa forma, os cientistas podem ver com seus próprios olhos um nível de detalhe que é normalmente restrito a métodos indiretos, tais como a microscopia de força atômica e a microscopia eletrônica de varredura.

Alguns desses métodos indiretos fotografam a uma resolução de um bilionésimo de metro (nanômetro), e até mesmo oferecem vislumbres de uma única molécula. Mas não é a mesma coisa que simplesmente olhar diretamente esse detalhes pelo microscópio.

Usando a luz visível (o tipo que podemos ver) para olhar objetos desta dimensão é, de certa forma, quebrar as regras da luz.
Normalmente, o menor objeto que pode ser visto é definido por uma propriedade física conhecida como limite de difração. As ondas de luz naturais inevitavelmente se “espalham” de tal forma a limitar o grau a que podem ser focadas, ou, equivalentemente, o tamanho do objeto que pode ser trabalhado.

Nas superfícies dos objetos, essas ondas evanescentes são também produzidas. Como o nome indica, ondas evanescentes desaparecem rapidamente com a distância. Mas, fundamentalmente, não estão sujeitas ao limite de difração. Portanto, se puderem ser capturadas, elas mantêm a promessa de resolução muito maior do que os métodos de imagem padrão podem fornecer.

Para por em prática a ideia, os pesquisadores usaram peças de vidro entre dois e nove milionésimos de um metro de diâmetro, posicionadas sobre a superfície de suas amostras.

As peças coletam a luz transmitida através das amostras, recolhendo as ondas evanescentes e centrando-as de tal maneira que uma lente de microscópio padrão poderia pegá-las.

Durante testes, a equipe observou características minúsculas em várias amostras sólidas e até mesmo os sulcos em escala nanométrica de discos Blu-Ray, para mostrar que a abordagem de resolução bate todos os recordes anteriores de microscopia óptica.

Os cientistas acreditam que o método pode ser usado até mesmo para ler vírus individuais. A técnica é uma grande promessa para estudos biológicos, para os quais a ação em nanoescala é importante. Células, bactérias e vírus são normalmente minúsculos.

A tecnologia atual, além de muito demorada, não é muito eficaz. Por exemplo, utilizar microscopia de fluorescência óptica leva dois dias para preparar uma amostra e a taxa de sucesso dessa preparação é de 10 a 20%. Isso demonstra o potencial de ganho através da introdução de um método direto de observação de células. O avanço da tecnologia é muito promissor. [BBC]

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