Quem procura, acha. Astrônomos procuravam anéis em torno de Plutão e, ao invés disso, fizeram uma inesperada descoberta: encontraram uma quarta lua circulando o planeta anão.
O satélite natural, temporariamente designado como P4, é provavelmente a mais anã das luas de Plutão: estima-se que ela tenha apenas entre 13 e 34 quilômetros de diâmetro. Para se ter ideia, o diâmetro de Plutão – que já é anão – tem cerca de 1400 quilômetros e suas outras três luas tem cerca de 1000, 112 e 32 quilômetros (chamadas de Charon, Nix e Hydra, respectivamente). A recém-descoberta lua fica em uma região entre Nix e Hydra e dá uma volta completa em cerca de 31 dias terrestres.
A lua foi detectada em junho, durante uma ronda de observações do Telescópio Espacial Hubble que visa a procura de anéis ou outros perigos possíveis para a sonda New Horizons da NASA, que deverá fazer imagens mais detalhadas de Plutão em 2015. A descoberta foi uma prova de que o planeta anão ainda é capaz de surpreender os pesquisadores.
A descoberta é também um testemunho da visão incrível do Hubble. O objeto foi visto pela primeira vez no dia 28 de junho e sua existência foi confirmada por observações de acompanhamento durante o mês, bem como por uma busca através de imagens arquivadas. A lua não foi vista em imagens anteriores porque os tempos de exposição eram mais curtos.
Acredita-se que a nova lua e as outras luas de Plutão são resultados de uma colisão cósmica entre o planeta-anão e um outro corpo celeste no início da história do sistema solar. Os astrônomos sugerem que uma colisão similar deu origem a lua da Terra.
Plutão tem obtido uma má reputação nos últimos anos, devido ao seu rebaixamento a um planeta anão, feito pela União Astronômica Internacional em 2006. Mas os cientistas ainda veem Plutão simplesmente como um tipo diferente de planeta: o fato de ele ter uma fina atmosfera, mudança de estações e mais luas (conhecidas) do que Mercúrio, Vênus, Terra e Marte juntos demonstra que não é preciso ser um grande planeta para ser fascinante.[MSN]