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O ponto perfeito para pegar uma onda é descoberto por cientistas

Cientistas descobriram exatamente onde uma onda própria para o surf precisa bater para que sejam alcançadas as velocidades mais rápidas e a maior ascensão – mas a descoberta também pode ser usada em estudos de tempo e clima, não apenas para dar impulso aos surfistas.

A pesquisa baseia-se na análise física de como o ar e a água interagem entre si, e como a energia da onda é transferida até partículas que tocam sua superfície, como as de uma prancha de surf sólida.

De acordo com a equipe da Instituição Scripps de Oceanografia da Universidade da Califórnia, a ideia por trás da pesquisa é obter uma melhor compreensão sobre ondas oceânicas que possam ser utilizadas para definir padrões de mudanças climáticas em todo o mundo.

“Com base na velocidade e na geometria da onda, é possível determinar as condições para sua navegação e também localizar onde está seu ponto de aceleração máxima, ou ‘sweet spot'”, diz o pesquisador principal e surfista ávido, Nick Pizzo.

Onde está o sweet spot?

Com base nos cálculos dos pesquisadores, o ponto certo, ou sweet spot, localiza-se exatamente na curva da quebra de uma onda. Para um movimento de avanço máximo, as partículas (ou a prancha de surf) devem viajar na mesma velocidade que a própria onda.

Talvez isso não seja uma surpresa para os surfistas experientes, mas nos ajuda a detectar e reconhecer a física do oceano.

“Ao estudar a aceleração de um surfista hipotético sobre uma onda, podemos fornecer uma melhor descrição das correntes geradas pelas ondas de ruptura, levando a uma melhor compreensão do impulso e do gasto de energia entre a atmosfera e o oceano”, diz Pizzo.

Ondas que se quebram não são tão comuns no mar como o são as que batem perto da costa, mas, à medida que as ondas se quebram, elas criam correntes. Gotas de água na forma em spray marítimo são jogadas na atmosfera.

Prevendo o clima

As interações entre esses pequenos eventos podem ajudar a prever tempestades e furacões, bem como a modelar mudanças de longo prazo no clima, de modo que os benefícios da pesquisa possam ultrapassar a comunidade do surf.

Com a água cobrindo cerca de 71 por cento da superfície da Terra, os oceanos desempenham um papel importante na forma como o nosso clima evolui e vice-versa. Os cientistas estão trabalhando duro para encontrar ligações entre o que está acontecendo debaixo da água e o que ocorre na atmosfera.

A título de curiosidade, a maior onda já registrada foi um monstro de 19 metros (62,3 pés) que se alagou pelo Oceano Atlântico Norte, entre a Islândia e o Reino Unido, em fevereiro de 2013. Navegar em algo dessa dimensão seria uma experiência e tanto.

Continuidade da pesquisa

Pizzo planeja seguir as investigações sobre as interações complexas entre as ondas oceânicas e a atmosfera, então essa pode não ser a última vez em que ouvimos falar numa relação entre surf e a ciência do clima.

“Precisamos entender os pequenos detalhes para chegar à representação geral”, diz Pizzo.

A pesquisa foi publicada no The Journal of Fluid Mechanics.

A equipe também elaborou um breve vídeo sobre a pesquisa, que você pode ver abaixo. [ScienceAlert]

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