Segundo uma nova pesquisa, um micróbio oceânico “faz” hidrogênio do ar. Sendo que o hidrogênio é considerado um combustível “ecológico”, o estudo pode abrir uma nova fronteira na busca de energia limpa e renovável.
A cianobactéria chamada Cyanothece 51142 realiza fotossíntese durante o dia e fixa o nitrogênio durante a noite. O hidrogênio é um subproduto do processo de fixação biológica do nitrogênio. Quando se queima o hidrogênio, o principal subproduto é a água.
Todas as cianobactérias fazem oxigênio “quebrando” a molécula da água – que é a parte da fotossíntese. No entanto, o oxigênio é tóxico para a nitrogenase, a proteína chave que fixa o nitrogênio e produz hidrogênio.
Essa cianobactéria, entretanto, descobriu uma maneira de fazer as duas coisas na mesma célula, usando um ciclo diurno. Segundo os pesquisadores, durante o dia, o micróbio fixa dióxido de carbono através da fotossíntese, e o armazena em forma de glicogênio.
À noite, ele recorre a esta energia armazenada. A energia que está saindo da utilização de glicose é então usada para as reações de nitrogenase que, por sua vez, produzem hidrogênio.
Mas o que faz essa estirpe de cianobactérias mais esperta do que as outras? Os cientistas dizem que elas sabem como dividir as atividades que devem fazer de dia e de noite.
A bactéria produz de 5 a 10 vezes mais hidrogênio naturalmente do que qualquer outro micróbio conhecido. Ainda assim, os pesquisadores estão longe de estabelecer a infra-estrutura para uma economia de hidrogênio que colocasse as bactérias para trabalhar no mundo real.
O problema se resume a engenharia e física. Como “armazenar” o hidrogênio no lugar onde ele vai ser usado como combustível é o problema atual.
Ao contrário do carvão e do petróleo, o hidrogênio não é energia densa. Por exemplo, rodar um caminhão com a tecnologia de hidrogênio de hoje exigiria que o tanque de combustível do caminhão fosse da metade do tamanho da carga levada por ele.
Segundo os cientistas, o uso de paládio para armazenar o hidrogênio e, assim, torná-lo mais fácil de usar é muito caro. Os pesquisadores querem pesquisar mais e encontrar uma forma das novas descobertas resolverem o futuro da energia no mundo.
Até agora, testes foram feitos em laboratório. Os próximos passos serão a ampliar a tecnologia e implantá-lo no mundo real. [MSN]