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Esses exoplanetas gigantes são tão leves que foram comparados à algodão doce

Um novo estudo da Universidade do Colorado (EUA) confirmou a existências de planetas gigantes superleves que foram comparados a algodões doces.

De todos os exoplanetas já examinados até à data, menos de 15 são mundos deste tipo, chamados em inglês de “super puff”. Exoplanetas podem ser de vários tipos: mundos rochosos como nossa Terra, gigantes de gás como Júpiter, gigantes gelados como Netuno, etc.

A nova pesquisa estudou três desses planetas orbitando a estrela Kepler 51 a 2.600 anos-luz de distância de nós.

Enquanto eles possuem o mesmo tamanho que Júpiter, contém apenas 1% de sua massa. Isso significa que têm uma densidade menor do que 0,1 gramas por centímetro cúbico!

Mundos “inchados”: os algodões doces do universo

Descobertos em 2012 e medidos pela primeira vez em 2014, esses três planetas são, sem dúvida, os mais “inchados” ou “puffy” que já foram encontrados até hoje.

Para o novo estudo, os astrônomos utilizaram observações feitas com o Telescópio Espacial Hubble para desvendar como seria a atmosfera desses mundos.

O Kepler descobre exoplanetas quando eles passam na frente de suas estrelas anfitriãs e bloqueiam sua luz. Felizmente, um pouco dessa luz pode ser filtrada pela atmosfera do planeta, e como certas moléculas bloqueiam certas ondas eletromagnéticas, os cientistas podem analisar o espectro de ondas da estrela quando o planeta está e não está passando por ela e inferir a composição química dessa atmosfera.

Os pesquisadores estudaram dois dos exoplanetas superleves, Kepler 51 b e Kepler 51 d, desta forma, mas suas atmosferas pareciam “escondidas” por uma camada opaca. Então, eles criaram simulações computacionais para descobrir que condições atmosféricas mundos superleves, com densidade superbaixa e envoltos em uma camada opaca, poderiam produzir.

Os três planetas comparados à Terra, Netuno, Urano, Saturno e Júpiter

Resultados

O melhor resultado sugerido pelas simulações foi uma atmosfera composta de uma mistura de hidrogênio e hélio com uma camada de metano de alta altitude.

Uma camada de metano espessa realmente pode tornar as coisas opacas – isso foi visto na lua de Saturno, Titã. Os pesquisadores não conseguiram obter uma imagem direta de sua superfície até a chegada da sonda Cassini na lua em 2004.

“Se você atingir o metano com luz ultravioleta, formará uma névoa”, explicou a cientista planetária Jessica Libby-Roberts, da Universidade do Colorado.

A equipe também descobriu que a atmosfera destes planetas está “vazando” para o espaço a uma velocidade tremenda. Isso poderia explicar por que tais mundos de algodão doce são tão raros – esse estado superleve pode ser um estágio temporário em seu desenvolvimento, e o planeta final pode ser algo muito mais ordinário, talvez um “mini Netuno”, o tipo mais comum de planeta da galáxia.

Um artigo sobre a pesquisa foi submetido à publicação na revista científica The Astronomical Journal e está disponível gratuitamente (em inglês) na plataforma arXiv. [ScienceAlert]

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