Em 1991, alpinistas alemães subiam tranquilamente uma montanha nos Alpes italianos quando fizeram uma sensacional descoberta científica. Em meio a uma geleira, eles acharam um corpo mumificado. A princípio, pensaram que era um cadáver recente (não faltam exemplares, de alpinistas malsucedidos em alguma jornada), mas uma pesquisa laboratorial trouxe a verdade: tratava-se de um corpo com idade aproximada de 5300 anos. O homem do gelo ganhou um nome: Oetzi (ou Ötzi), que atualmente “vive” em um centro de pesquisas da Itália. Hoje, quase 20 anos depois da descoberta, Oetzi teve seus genes decodificados.
O seqüenciamento do genoma de Oetzi está terminado. O projeto demorou três meses – pouco, se levarmos em conta que o Projeto Genoma Humano, iniciado em 1990, levou 13 anos para ser concluído -, mas ainda há dúvidas a serem respondidas a respeito de nosso heroi. Fenotipicamente, os cientistas não conseguiram definir qual realmente era a cor de seus olhos e cabelos, por exemplo. E também se esperava descobrir mais sobre o sistema imunológico, e dados sobre o metabolismo do homem neolítico.
O que mais intriga os cientistas, contudo, é a possibilidade de haver descendentes de Oetzi ainda vivos por aí. Um sinal genético, em que se analisou a mitocôndria do homem do gelo, não descobriu nenhuma semelhança com as mitocôndrias de seres vivos atuais, sugerindo que a linhagem familiar materna de Oetzi foi totalmente extinta em algum ponto da história. Mas é uma questão ainda em aberto, já que nem todos os habitantes da Terra já fizeram um teste de DNA.
Para tentar chegar ao fundo desse mistério, uma equipe de pesquisadores foi até a região montanhosa onde ele foi encontrado, e os habitantes das vilas próximas estão tendo seus genes decodificados. Quem sabe, mais dia ou menos dia, descobrem um tatara (…) neto de um homem que viveu há mais de 5000 anos. [msnbc]