Um novo estudo publicado na revista Environmental Science and Technology afirma que a melhor maneira de proteger a qualidade da água e a vida dos oceanos é proibir o uso de microesferas de polietileno em todos os produtos de cuidados pessoais.
Você pode não perceber, mas essas microesferas (também chamadas de microplásticos) fazem parte de cremes dentais, sabonetes e esfoliantes faciais. Esses pequenos pedaços de plástico estão entupindo lagos, rios e oceanos ao redor do planeta.
Por exemplo, um levantamento nos Grandes Lagos da América do Norte encontrou até 1,1 milhões dessas esferas por quilômetro quadrado de água.
Poluição extrema para os oceanos
Todos os tipos de plásticos são um problema quando se trata de nossos oceanos, mas essas esferas são particularmente prejudiciais porque são literalmente projetadas para ser liberadas pelo ralo, e depois acabam sendo ingeridas por animais aquáticos, para os quais são tóxicas e perigosas.
“Estamos enfrentando uma crise e nem sequer sabemos disso”, disse Stephanie Green, uma das cientistas do estudo, da Universidade Estadual do Oregon, nos EUA. “Contaminantes como estas microesferas não são algo que nossas estações de tratamento de águas foram construídas para lidar. Elas são muito duráveis”.
Mesmo utilizando uma metodologia extremamente conservadora, os pesquisadores estimam que 8 trilhões de microesferas por dia são sendo lançadas nos cursos de água só nos EUA.
E isso é apenas 1% das microesferas que atravessam os ralos do país norte-americano a cada dia. Os outros 99% – 800 trilhões de microesferas diariamente – acabam no esgoto e depois fazem seu caminho para os oceanos através de escoamento.
Solução simples
A pior parte de tudo isso é que já existe uma abundância de alternativas não tóxicas e biodegradáveis que poderiam ser usadas ao invés das microesferas.
É por esta razão que o novo estudo sugere que proibi-las seria uma forma eficaz de ajudar a proteger os nossos oceanos.
Microesferas já são proibidas em produtos de cuidados pessoais em alguns estados dos EUA, incluindo Illinois e Califórnia, e algumas empresas estão prometendo eliminá-las de seus artigos de “enxaguar”.
No entanto, o novo estudo observa que há um monte de lacunas nessas legislações, e uma proibição total é necessária para proteger corretamente o meio ambiente.
“A probabilidade de risco de poluição é alta, enquanto a solução para este problema é simples”, concluem os pesquisadores. [ScienceAlert]