Ícone do site HypeScience

Cientistas planejam criar um estado-nação no espaço

Um grupo de cientistas lançou o que eles dizem ser um novo estado-nação pacifista no espaço, chamado Asgardia.

De acordo com o website do estado-nação, ele “se tornará um lugar em órbita que é verdadeiramente uma ‘terra de ninguém'”.

O grupo pretende lançar seu primeiro satélite no final do próximo ano. Também espera um dia ser reconhecido pela ONU.

Porém, alguns especialistas têm dúvidas sobre a viabilidade do plano, levando em conta que as leis internacionais proíbem reivindicações de soberania nacionais no espaço exterior.

Projeto ousado

O projeto é dirigido pelo International Aerospace Research Center (ou Centro Internacional de Pesquisa Aeroespacial) com sede em Viena, na Áustria, uma empresa privada fundada pelo cientista russo e empresário Dr. Igor Ashurbeiyli.

A nova nação, cujo nome deriva de uma cidade no céu da mitologia nórdica, clama oferecer uma plataforma independente, livre do constrangimento das leis de um país terrestre.

O grupo diz que vai abrir novas oportunidades no espaço para o comércio, ciência e povos de todos os países do mundo.

Cidadãos de um lugar onde nunca vão

Mais de 50.000 pessoas já se inscreveram online para fazer parte do estado-nação.

Os “cidadãos” de Asgardia, que serão examinados antes da admissão, devem obter passaportes, conforme explica à BBC Lena de Winne, membro sênior da equipe do projeto, que trabalhou para a Agência Espacial Europeia por 15 anos.

“É claro que é difícil entender o conceito de como você pode ser um cidadão de algo em que você não pode colocar o pé”, disse. “Mas eu sou uma cidadã dos Países Baixos e agora estou em Paris. Não há nada de incomum nisso, se você é um cidadão de um país onde você não vive e onde não vai”.

Competições estão sendo realizadas para decidir o hino nacional e o design da bandeira de Asgardia.

Problemas

Segundo o professor Sa’id Mosteshar, diretor do Instituto de Política Espacial e Direito de Londres, na Inglaterra, é difícil que Asgardia seja reconhecida pelo direito internacional.

“O Tratado do Espaço Exterior aceito por toda a gente diz muito claramente que nenhuma parte do espaço exterior pode ser apropriada por qualquer estado”, disse à BBC.

Como Asgardia não será associada a um território autônomo, com os seus “cidadãos” permanecendo em terra, suas perspectivas para o reconhecimento são escassas.

Aspectos econômicos e jurídicos

O projeto está sendo financiado pessoalmente pelo Dr. Ashurbeiyli no momento, mas o grupo anunciou que vai procurar crowdfunding.

Este aspecto do crowdfunding sugere que os fundadores do grupo “não têm qualquer plano de negócios real, crível”, disse o professor Mosteshar.

Sobre os aspectos jurídicos, o Dr. Ashurbeiyli afirmou que quer criar uma “nova realidade jurídica no espaço”.

“O projeto é a criação de um novo quadro para a posse e nacionalidade no espaço, que irá se adaptar as leis do espaço exterior atuais que regem a responsabilidade, a propriedade privada e as empresas para que sejam adequadas à finalidade na nova era da exploração espacial”, argumentou em um comunicado. [BBC]

Sair da versão mobile