Mulheres com mutações genéticas que aumentam o risco de câncer de mama e de ovário podem reduzir esses riscos se retirarem os seios ou os ovários preventivamente. A cirurgia preventiva não só diminui o risco da doença, como também diminui significativamente o risco de morte pela doença.
Segundo estimativas, entre 56 e 84% das mulheres com uma mutação (chamada BRCA) desenvolverão câncer de mama em sua vida, enquanto 36 a 63% com outro tipo de mutação genética (BRCA-1 e 10 a 27% das mulheres com a mutação do BRCA-2) desenvolverão câncer de ovário.
As opções para as mulheres com a mutação são três: cirurgia preventiva, quimioterapia preventiva, ou um esquema de triagem que inclui mamografias frequentes (técnicas de blindagem, que segundo os médicos, são menos eficazes para o câncer ovariano do que para o câncer de mama).
Uma pesquisa recente sugeriu que, para as mulheres que tiverem mutações do gene BRCA-1 ou BRCA-2, a cirurgia é mais eficaz do que uma blindagem rigorosa na prevenção do câncer.
Das 5.000 participantes do estudo, nenhuma das que fez cirurgia de mastectomia preventia desenvolveu câncer, enquanto que 7% das que optaram por só fazer blindagem desenvolveram.
1% das mulheres que tiveram pelo menos um dos ovários e trompas de falópio removido tiveram câncer ovariano, comparado com 6% das que não fizeram a cirurgia. Além disso, as mulheres que fizeram a cirurgia diminuíram o risco de morrer de câncer de ovário e de mama em 79% e 56%, respectivamente.
Porém, fazer a cirurgia preventiva pode ser uma decisão angustiante para muitas mulheres, uma vez que pode afetar tanto sua aparência (no caso da mastectomia) ou sua capacidade de ter uma família (no caso da remoção dos ovários). Poucas jovens no estudo optaram pela cirurgia, mesmo que os médicos tenham aconselhado o procedimento.
Ainda assim, a redução de risco com a cirurgia, em ambos os casos de câncer, foram comprovados. Segundo os pesquisadores, as mulheres que estão considerando a possibilidade de ter essas cirurgias devem ter em mente que as técnicas cirúrgicas estão mais sofisticadas e menos invasivas hoje do que eram 10 ou 15 anos atrás. Segundo eles, hoje há melhoras consideráveis nas abordagens cirúrgicas, especialmente em termos de reconstrução da mama. Portanto, esse continua sendo o melhor caminho. [CNN]