Enquanto jornalistas do mundo inteiro focam suas atenções na Líbia devido à crise política, um grupo de pesquisadores britânicos fez uma impressionante descoberta arqueológica no país do norte da África. Aparentemente, existe uma complexa civilização perdida instalada no meio do deserto do Saara, em um local longe de qualquer centro urbano da atualidade.
A investigação dessas evidências está sendo coordenada por pesquisadores da Universidade de Leicester (Inglaterra). A base das descobertas, conforme eles explicam, são imagens de satélite e fotografias aéreas. A área foi praticamente inexplorada durante o regime de Muammar Gadaffi, o que pode explicar o desconhecimento da região até hoje.
Apenas um grande lapso como esse explica que os objetos tenham ficado ocultos por tanto tempo: são mais de 100 vilas e fortificações rurais, todas com estrutura em formato de castelos medievais (o que inclusive tornou a pesquisa mais interessante para os ingleses, segundo o grupo de Leicester).
Conforme apuraram os arqueólogos, essa cidade perdida seria obra dos Garamantes, antigo povo sedentário que se estabeleceu em áreas que hoje pertencem ao território líbio. Os Garamantes teriam vivido o auge de sua civilização nos últimos 500 anos antes de Cristo, mas a maior parte de sua arquitetura acabaria sendo conservada.
O formato de castelo das fortificações foi apenas um dos fatores que impressionaram os cientistas. Eles descobriram prédios conservados de mais de 4 metros de altura, apesar da ação do tempo e do fato de serem feitos de tijolo de lama misturada com argila. Na observação, foi identificada uma região ampla, provida por um eficiente sistema de irrigação.
Há até pouco tempo, o senso comum da história atribuía aos Garamantes o papel de nômades bárbaros que causavam desordem no Império Romano. Esta descoberta, que indica um alto nível de civilização por parte deste povo, mostra que eles eram sedentários e possuíam uma sociedade mais bem organizada do que se imaginava.
O legado que descobertas podem deixar, conforme explicam os pesquisadores, são de interesse de arqueólogos, historiadores, e cientistas em geral. Além disso, proporcionam um forte ponto de identificação ao povo da Líbia, que resgata parte de sua história perdida. [LiveScience]