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Colisões gigantescas podem ter trazido metal para a Terra, Marte e Lua

Segundo um novo estudo, colisões gigantescas com a Terra, a Lua e Marte injetaram elementos preciosos como ouro e platina nos mundos em desenvolvimento, há 4,5 bilhões de anos. Esses foram provavelmente o último grande surto de crescimento da nossa lua e de Marte.

Segundo os pesquisadores, nos últimos dias de formação da Terra, um corpo tão grande quanto Plutão provavelmente se chocou com o planeta. Marte e a Lua levaram golpes menores, mas ainda devastadores.

Esses acidentes cósmicos traumáticos podem ter derrubado a Terra do seu eixo em 10 graus. Mas eles também trouxeram ouro e outros elementos e, possivelmente, trouxeram enormes quantidades de água para a Lua.

Ouro, platina, paládio e outros elementos chamados “siderófilos”, têm uma forte afinidade com o ferro. Então, eles deveriam ter seguido o ferro para dentro do núcleo da Terra, da Lua e de Marte, deixando um vazio perto de seus mantos e crostas.

Mas os siderófilos são encontrados na superfície desses locais em abundância surpreendentemente alta. Os pesquisadores discutem isso há décadas. Uma possibilidade é que os siderófilos foram repostos logo após a formação do núcleo por colisões com planetesimais, os blocos menores de planetas maduros.

Os cientistas preferem essa explicação pela variedade de evidências. Por exemplo, para dar conta da abundância atual de ouro, platina e outros siderófilos, o impacto do choque do planetesimal teria que entregar cerca de 0,5% da massa da Terra ao manto do planeta, 10 vezes menos massa do que para Marte e cerca de 1.200 vezes menos que nossa Lua.

Usando modelos numéricos, os cientistas determinaram que isso poderia ter acontecido se os corpos que impactaram o planeta fossem dominados por um pequeno número de grandes rochas espaciais.

Os resultados mostram que o maior corpo que colidiu com a Terra tinha provavelmente 2.414 a 3.220 quilômetros de largura. Os maiores a baterem em Marte e na lua tinham provavelmente cerca de 1.610 milhas e 322 quilômetros de diâmetro, respectivamente.

Esses grandes planetesimais podem ter trazido muita água à lua, junto com os siderófilos. Esse bombardeio aconteceu perto do fim do período da formação do nosso planeta, cerca de 4,5 bilhões de anos atrás.

Modelos que descrevem como os planetesimais se formam e evoluem sugerem que os maiores engolem os menores de forma muito eficiente. Esse peso superior da junção de dois planetesimais é visto no cinturão de asteróides, a última população sobrevivente de planetesimais no interior do sistema solar. A distribuição de seus tamanhos é muito consistente com o que os pesquisadores encontraram nos modelos.

O estudo pinta um quadro violento dos primeiros dias do sistema solar, com muitas colisões, que os cientistas suspeitam que fossem típicas. Mas ainda não há certezas.

Em qualquer caso, os pesquisadores esperam que o estudo sirva como um começo para os cientistas pensarem sobre o processo de formação planetária em um sentido mais geral. A lógica é que, se descobrirmos como funcionou aqui, podemos ser capazes de descobrir como funciona em outros lugares. [MSN]

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