Para entender de que maneira o cérebro recorda e “cria” imagens com base em informações que já possui, cientistas do Dartmouth College (Canadá) analisaram voluntários durante uma atividade de imaginação e concluíram: ao invés de ser fruto do trabalho de uma região específica, a imaginação resulta da atividade de uma espécie de “concerto mental”, com várias áreas envolvidas.
No estudo, divulgado recentemente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, 15 participantes observaram uma série de imagens abstratas. Em seguida, os pesquisadores pediram que alguns tentassem reconstruir as imagens mentalmente, e que outros tentassem criar novas imagens a partir do que viram. Enquanto isso, analisaram as atividades cerebrais dos participantes usando um aparelho de ressonância magnética.
“Parece que (…) diversas áreas trabalham em conjunto”, explica o líder da equipe, Alex Schlegel, pós-doutorando em neurociência cognitiva. Ao todo, 12 áreas cerebrais estavam aparentemente envolvidas no processo de “manipulação mental” de imagens.
Durante muito tempo acreditou-se que esse tipo de atividade era, basicamente, desempenhado por uma região chamada “córtex visual”. “O que estamos mostrando é que, no fim das contas, quando analisarmos esses hábitos cognitivos complexos, temos que parar de olhar para áreas isoladas e, ao invés disso, observar como o cérebro age como um todo”. [PopSci; Proceedings of the National Academy of Sciences]