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Como as cidades influenciariam a evolução humana?

Um novo estudo descobriu que as cidades provavelmente foram um fator que influenciou a evolução humana.

Os pesquisadores concluíram que a aglomeração das cidades ajudou doenças a se espalharem. Depois, sendo que alguns moradores eram mais vulneráveis as doenças, as cidades aumentaram as chances de que, ao longo do tempo, os descendentes dos sobreviventes resistissem a infecções.

Dessa forma, o resultado foi positivo para a evolução humana no sentido de criar resistência à doenças.

O estudo foi conduzido por um biólogo evolutivo da Universidade de Londres e seus colegas. Eles focaram a pesquisa em uma variante genética. Esta variante está associada à resistência natural do organismo aos germes que habitam e se alimentam no interior das células humanas, como a tuberculose e a lepra (hanseníase).

Eles analisaram amostras de DNA de 17 populações modernas que tinham ocupado as suas cidades em diferentes períodos de tempo. As cidades variavam de Catalhoyuk, na Turquia, estabelecida em cerca de 6000 a.C., a Juba, no Sudão, povoada no século XX.

Os pesquisadores reconheceram que o estudo pode não ser muito exato, e que outros especialistas podem enxergar problemas nas datas de assentamento urbano usadas por sua equipe. Segundo eles, as datas aproximadas para a fundação de grandes cidades foram fixadas a partir de registros arqueológicos e históricos. Eles assumem que esses números nunca serão totalmente certos, mas eram as melhores estimativas que poderiam ser feitas, e que não invalidam os resultados da pesquisa.

Os cientistas descobriram uma ligação significativa entre a ocorrência dessa variação genética e a duração da ocupação urbana. Pessoas de áreas urbanas mais antigas eram mais adaptadas a resistir a esses tipos de infecções. Por exemplo, nas áreas habitadas por mais de 5.200 anos, como Susa, no Irã, as pessoas quase certamente possuíam a variante, enquanto em cidades de apenas algumas centenas de anos, como Yakutsk, na Sibéria, apenas 70 a 80% da população teria a variante.

Porém, uma limitação do estudo é que muitas populações em diversas regiões podem ter sido substituídas com frequência ao longo da história. Isto poderia significar que as populações estudadas não passaram por uma seleção natural ao longo dos séculos ou milênios.

Ainda assim, a pesquisa demonstra uma evolução, com a urbanização tendo um impacto sobre o genoma humano.

Existem outras coisas além de doenças que podem ter causado alterações de comportamento, por exemplo, que tipo de mudanças nos genes, se for o caso, podem ter apoiado mudanças culturais provocadas por cidades? Essa é apenas mais uma questão de como as cidades influenciaram a evolução humana, e que precisa de mais estudos para ser respondida. [MSN]

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