Usando um aparato experimental que parece ter saído de um filme clássico do Frankenstein, pesquisadores franceses conseguiram que raios gerados em laboratório atingissem o mesmo lugar, repetidamente. Esse feito de reorientação elétrica usou pulsos de laser para criar um raio virtual que passava por uma coluna de gás ionizado. Essa é a primeira vez em que foi possível redirecionar uma descarga elétrica para fora do alvo, e guiá-la para um eletrodo normalmente menos atrativo.
O experimento demonstra o potencial de se usar raios com base de laser. “A barra de relâmpagos laser seria uma alternativa de valor para os modos de captação de relâmpagos existentes”, comenta Aurlien Houard, coautor do estudo.
Experimentos anteriores comprovaram que pulsos de laser com duração de femtossegundos (um milionésimo de um bilionésimo de segundo) podem produzir pequeninos filamentos de gás ionizados, que agem como fios condutores de eletricidade. Depois, os cientistas descobriram que esses filamentos poderiam funcionar a longas distâncias, chegando até 50 metros.
Em uma série de novos experimentos, a equipe francesa enviou um laser de um eletrodo esférico até um eletrodo plano com carga oposta. O laser arrancou os elétrons exteriores dos átomos no caminho, criando um filamento de plasma que canalizou a descarga elétrica do eletrodo plano até o esférico. Para determinar se o filamento tinha a habilidade de redirecionar uma descarga elétrica, além do seu caminho normal, os pesquisadores adicionaram um eletrodo maior e pontudo ao experimento. Como a eletricidade tende a seguir o caminho de menor resistência, preferencialmente iria atingir o objeto mais próximo; na natureza, isso seria o mais alto.
Sem o pulso de laser, a descarga obedeceu à regra e sempre atingiu o eletrodo maior e mais pontudo. Com o laser, entretanto, a descarga foi redirecionada, seguindo os filamentos e acertando o eletrodo esférico. [PhysOrg, Foto]