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Como evitar que sua filha engravide na adolescência

Já se tornou até clichê, no cinema ou em novelas das oito, a imagem de uma jovem aflita sentada na cama, retirando uma fita roxa de um copinho e caindo no choro: ela está grávida. O risco deste drama chegar à vida real tira o sono dos pais do século XXI, já que a situação não é tão incomum.

Mas existem formas inovadoras de prevenção.

Uma das mais recentes, que está sendo experimentada com mais afinco apenas este ano, chama-se Intervenção para Redução de Risco Sexual (SSR Intervention, em inglês). O trabalho é liderado pela Universidade do Sul da Flórida, estado americano que produziu mais de 450 mil adolescentes grávidas de 1991 a 2008.

No Brasil, o governo se esforça para enfatizar que as taxas de gestação adolescente estão em queda, mas o problema continua presente. O que se recomenda “oficialmente”, no entanto, são apenas as normas médicas que nem sempre são seguidas.

O Ministério da Saúde pede que as meninas tenham, desde a primeira menstruação, acesso a pílulas anticoncepcionais e até injeções de hormônio, e alertam que métodos como o da “tabelinha” requerem muita disciplina. Em outras palavras, o governo não confia em nossas adolescentes. Segundo os pesquisadores da Flórida, isso não seria a maneira certa de abordar a questão.

Questão que fica, inclusive, para você refletir: será que vale mais fazer com elas uma catequese profunda sobre todos os meios médicos de prevenir a gravidez, ou a orientação deve ter outro enfoque?

Como o SSR funcionou

Este novo método consiste, de maneira geral, em provocar mudanças comportamentais nas meninas. Foram criados jogos mentais e dinâmicas de grupo que pretendem aumentar, psicologicamente, a propensão à abstinência sexual em grupos sociais, digamos, “de risco” (populações de baixa renda das periferias urbanas, por exemplo).

No caso da pesquisa na Flórida, 738 meninas de idades entre 15 e 19 anos foram submetidas a quatro sessões semanais (de duas horas cada) de intervenção SSR, depois outras duas sessões, três e seis meses após o início. Depois de um ano, os resultados mostraram baixo índice de sexo desprotegido e gravidez nestas meninas, em comparação com um grupo que não havia passado pela intervenção.

Os pesquisadores destacam que o trabalho psicológico nas jovens não aborda diretamente o assunto da contracepção e das DSTs. O que se faz é uma mudança de mentalidade que visa antes à preservação do próprio corpo em todos os sentidos, não apenas o sexual. Tudo com a finalidade de torná-las menos vulneráveis no futuro próximo.

Outras universidades americanas estão juntando esforços com a Flórida para aprimorar as pesquisas sobre a intervenção SSR. [Medical Xpress/EBC/Portal da Saúde do Governo Federal]

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