Um novo estudo da Universidade de Brunel, na Inglaterra, descobriu que a música reorganiza a frequência elétrica do cérebro enquanto estamos nos exercitando, causando uma queda no foco, mas aumentando a nossa energia e satisfação.
Avanço
Em 2012, uma equipe da mesma universidade já havia mostrado que a música se comparava a uma droga lícita, melhorando o nosso desempenho, diminuindo nosso cansaço e provocando vibrações sensacionais.
Mas os mecanismos precisos que a música desencadeia no cérebro durante o exercício são menos compreendidos, porque a tecnologia de monitoramento é facilmente “enganada” pelos movimentos do corpo.
Agora, os pesquisadores usaram uma técnica de monitoramento portátil de eletroencefalograma (EEG) com tecnologia de proteção contra interferência para medir três tipos de ondas cerebrais durante o exercício físico.
Isso lhes permitiu comparar o feedback elétrico do cérebro enquanto participantes faziam atividade física ao ar livre escutando música, um podcast ou nada.
O estudo
24 pessoas caminharam 400 metros em seu próprio ritmo em uma pista ao ar livre, seja escutando a canção “Happy” do Pharrell Williams, uma palestra TED Talks sobre cidades, ou nenhum som.
Os pesquisadores usaram escalas psicológicas para medir como os participantes se sentiram após a caminhada, seu nível de atenção, quão cansados ou alertas eles estavam etc. Simultaneamente, usaram medições de EEG e software de análise para examinar suas ondas cerebrais em diferentes frequências de banda, como alfa-alfa, alfa superior, ritmo sensório-motor e beta.
“A tecnologia EEG facilitou a medição durante uma tarefa ao ar livre ecologicamente válida, para que pudéssemos explorar os mecanismos cerebrais que subjazem os efeitos da música durante situações de exercício da vida real”, disse o médico-psicofisiologista Marcelo Bigliassi, da Universidade de Brunel.
A música distraiu o foco dos caminhantes, mas aumentou seus níveis de energia e prazer 28% mais do que não ouvir nada. O podcast foi 13% melhor do que não ouvir nada. Ele não afetou as respostas perceptivas dos caminhantes, como o cansaço que sentiram, ou suas respostas afetivas, como o prazer que sentiram, mas tornou o ato de se exercitar mais tolerante do que fazer isso sem uma trilha sonora.
Coloque o fone de ouvido e vá!
De acordo com os cientistas, os mecanismos cerebrais por trás desses efeitos da música parecem estar ligados a um aumento nas frequências beta nas regiões frontal e central do córtex.
“Nós mostramos que a música tem o potencial de aumentar as ondas beta e provocar um estado emocional mais positivo”, disse Bigliassi. “Isso pode ser capitalizado em outras formas de exercício e tornar uma determinada atividade mais prazerosa”.
Para as pessoas que têm dificuldade em se engajar em atividades físicas, pode ser uma boa ideia selecionar músicas apropriadas para se exercitar e ver se isso ajuda. [MedicalXpress]