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Primeiros passos para o computador quântico

Cientistas australianos e japoneses se uniram para tentar usar o paradoxo do Gato de Schrödinger numa tentativa de transmitir informação. O time afirma que conseguiu transferir um conjunto de informações quânticas rapidamente preservando sua integridade. A informação em questão, em forma de luz, foi manipulada de maneira que estava em dois estados ao mesmo tempo, foi destruída em um ponto para ser recriada em outro. O avanço significa um novo caminho para a criação de computadores quânticos seguros.

Os pesquisadores estudaram “pacotes” de luz que estavam em um estado de superposição quântica, o que significa que eles existiam em duas fases diferentes simultaneamente. Este fenômeno é descrito pelo experimento de mecânica quântica pensado pelo físico austríaco Erwin Schrodinger, em que um gato estaria simultaneamente morto e vivo, dependendo do estado de uma partícula subatômica.

Os cientistas australianos e japoneses conseguiram transferir informação quântica de um lugar para outro sem movê-la fisicamente. Ela sumiu de um lugar e apareceu, “viva” e sem mudanças, de outro. A novidade é que, em outros experimentos, alguns dados foram perdidos ou o processo aconteceu lentamente. Eles utilizaram técnicas de manipulação quântica, incluindo compressão, subtração de fótons, entrelaçamento e detecção homódina.

De acordo com a professora Elanor Huntington, da University of New South Wales, Austrália, que participou do estudo, os resultados são um passo para a transmissão de informação em alta velocidade e definição. “Se nós conseguirmos fazer isso, então podemos fazer qualquer tipo de comunicação necessária na tecnologia quântica”, disse ela.

Diferente dos computadores normais que usam 1 e 0, os computadores quânticos processam informações pelos chamados qubits, ou bit quântico, que pode representar o 0 e o 1 simultaneamente. Essa sobreposição faz com que o computador consiga realizar multitarefas rapidamente em sua própria máquina ou em rede.
O pesquisador Philippe Grangier do Institut d’Optique, da França, diz que o experiment foi incrível. “Ele mostra que a manipulação controlada de objetos quânticos progrediu e alcançou objetivos que pareciam impossíveis há alguns anos”. [PopSci]

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