As provas para confirmar a dieta gramínea foram os índices de isótopos de carbono presentes em 24 dentes de 22 diferentes fósseis. Esses índices são diferentes de acordo com o tipos de planta ingerida. A maior parte das dietas dos hominídeos era composta por frutas, frutos oleaginosos e folhas de árvores, arbustos e ervas de estação fria, que faziam a fotossíntese C3. Mas os isótopos presentes nos dentes mostraram que 77% da dieta de P. boisei vinha das gramíneas, que por sua vez utilizam a fotossíntese C4.
De acordo com o co-autor Kevin Uno, estudante da Universidade de Utah, por causa de sua dieta diferenciada, os “quebra-nozes” não competiam por comida com a maioria dos outros primatas, que comiam frutas, folhas e oleaginosas. “Eles lutavam contra herbívoros, como os ancestrais de zebras e de suínos, além de javalis e hipopótamos”, conta.
Um estudo de 2008 descobriu que o primo do “homem quebra-nozes” do sul do África, o P. robustus, também possuía o hábito de se alimentar de gramídeos: mais de 70% de sua dieta vinham de plantas.
Se os P. boisei comiam tanta grama assim, isso deve ter desenvolvido um sistema digestivo ímpar para completar suas mandíbulas enormes. Se tivessem sobrevivido, poderiam ter acabado tão diferente de outros hominídeos quanto pandas gigantes comedores de bambu são do resto dos ursos. [NewScientist]