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Conheça os novos Patrimônios Naturais da Humanidade

Muito se discute, entre os pesquisadores, quais paisagens pelo mundo, não apenas naturais, devem receber atenção especial, e quais podem continuar sofrendo influência da ação do homem. Para ajudar a proteger as áreas intocáveis, a UNESCO segue adicionando lugares à lista do Patrimônio Mundial Natural da Humanidade. Mais de 800 locais são catalogados, e 32 novos sítios foram incluídos no último mês.

Responsável pela classificação, o comitê da UNESCO fez seu último encontro em Brasília, no final de julho. Das 32 novas localidades adicionadas à relação 6 são paisagens naturais. Entre elas, estão áreas das Ilhas Reunião (foto), pertencentes à França mas localizadas no Oceano índico, perto de Madagascar, o Planalto Putorana, na região siberiana da Rússia, os atóis Phoenix, nas Ilhas Kiribati, no Pacífico, o Monte San Giorgio entre Suíça e Itália, e o Parque Nacional de Pirin, na Bulgária.

A principal atenção das autoridades, contudo, está nas áreas que foram classificadas como “em perigo”. Na última reunião, o comitê inclui nessa lista negra as florestas tropicais de Atsinanana, em Madagascar, e Parque Nacional Everglades, na Flórida (EUA). A transferência de lugares assim para a lista “em perigo” é útil, pois geralmente atrai investimentos voluntários para ajudar a proteger tais locais.

Mas nem tudo são trevas: existem também áreas que foram removidas da lista do perigo, porque os especialistas consideraram que a situação se normalizou. É o caso das Ilhas Galápagos, perto da costa do Equador, onde Charles Darwin deu início a seu célebre estudo que resultaria na Teoria da Evolução.

As novas áreas adicionadas chamam atenção. As Ilhas Reunião, por exemplo, contêm importantes remanescentes de habitats totalmente naturais, incluindo um raro tipo de floresta. Esta selva, inclusive, colabora na a conservação da biodiversidade das florestas de Madagascar, próximas a ela, na qua há migração de animais que se refugiam no santuário das Ilhas Reunião. Além disso, lá se encontram vulcões, paredes rochosas íngremes, e gigantescas gargantas em forma de cunha, como fantásticos anfiteatros naturais.

No caso do planalto siberiano de Putorana, o que faz a diferença é a riqueza de espécies vegetais no Ártico, local não muito adequado para o crescimento de plantas. Situada em uma área onde facilmente se ultrapassa -20º C, apresenta uma impressionante beleza natural. Os atributos são mais de 25.000 lagos congelados, dezenas de gargantas profundas, rios e córregos, além de milhares de cachoeiras.

A proteção das Ilhas Kiribati se deve menos ao que há nas ilhas, mas principalmente ao que existe sob elas. Trata-se de um dos maiores ambientes marinhos do mundo, que se manteve intacto graças a seu afastamento (fica no meio do Oceano Pacífico, bem longe da Austrália, que no entanto é o mais próximo país de área considerável, para Kiribati). O repertório sub-aquático do arquipélago consiste de peixes raros, tartarugas exóticas, e corais resistentes ao branqueamento.

O Monte San Giorgio, nos Alpes, não é um dos principais destinos de alpinistas, e sim de biólogos. A montanha detém o recorde de maior quantidade de fósseis, em um único lugar, de vida marinha do período Triássico (230 a 245 milhões de anos atrás), além de esconder importantes vestígios da vida na terra também.

O Parque Nacional Pirin, na Bulgária, é mais um antro de espécies raríssimas, na sua maioria em risco de extinção. Os conservadores esperam que a sua inclusão na lista da UNESCO possa ajudar a equilibrar o turismo na área, levantando fundos, buscando a conservação das paisagens montanhosas.

Alguns outros novos acréscimos à lista: o Planalto Central do Sri Lanka, um monumento chamado Papahānaumokuākea, no Havaí (EUA), e o Monte Danxia, na China, que abriga incomuns formações rochosas. [Live Science]

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