Extremófilos são micróbios minúsculos capazes de prosperar em ambientes quentes, salgados e até mesmo ácidos ou gasosos, que matariam outras formas de vida.
Agora, cientistas estão usando esses moradores durões do fundo do mar para produzir biocombustíveis como o etanol, de forma mais eficiente e com menor custo.
Esses micro-organismos são bons em quebrar material biológico, tais como lascas de madeira, culturas residuais ou outros tipos de material vegetal. Eles também literalmente “aguentam o calor” quando o assunto é processos industriais.
Até recentemente, os pesquisadores tinham dificuldade em cultivar esses extremófilos e aproveitar as suas propriedades. Mas os avanços recentes permitiu aos cientistas transformá-los em refinarias.
“Acredito que eles serão grandes geradores de energia em um futuro próximo”, disse Rajnesh Sani, professor de engenharia biológica e química.
Sani encontrou um tesouro de extremófilos no fundo de uma mina de ouro a 2,3 mil metros de profundidade. As bactérias estavam vivendo em solos quentes e nas fissuras entre as pedras no fundo da mina.
“Lá fora nevava”, lembra Sani. “Mas no fundo da mina estava entre 40 a 45 graus Celsius. Nós estávamos suando”.
Sani e seus colegas cultivaram as bactérias Geobacillus e as usaram para quebrar resíduos de milho e capim. Este processo de fermentação tem sido muito utilizado para a produção de biocombustíveis e cerveja, mas agora pode ser feito em menos etapas, usando menos água e reatores. “Estamos tentando eliminar alguns passos para tornar o processo mais rentável”, disse Sani.
Com as preocupações sobre a segurança alimentar, e novos mandatos por governos europeus para usar mais biocombustíveis, os pesquisadores estão aumentando os seus esforços para encontrar novas maneiras de transformar material vegetal em combustível.
O microbiologista Barny Whitman diz que os pesquisadores ainda estão compreendendo como os extremófilos produzem enzimas em condições difíceis.
“Em temperaturas mais altas, reações químicas acontecem mais rápido e os catalisadores são mais estáveis”, disse Whitman.
“É geralmente mais barato executar um reator em alta temperatura, em vez de baixa temperatura, porque refrigeração é mais caro e muitas dessas reações geram calor”.
Um dos pioneiros da biotecnologia de extremófilos, Eric Mathur, isola genes a partir de um crescimento de bactérias em águas profundas de fontes hidrotermais, e depois transfere o material genético a plantas de milho.
Agora, ele encontrou extremófilos em pinhões-mansos do deserto cujas sementes produzem um composto que é de 40% de óleo.
Sua empresa tem plantações na Guatemala, Brasil e Índia, e está vendendo sua mistura a companhias aéreas europeias que querem funcionar com biocombustível.
É… O futuro não está tão mais no futuro assim.[MSN]