Quem já passou por uma fase de grande estresse na vida sabe que a memória costuma sair bastante prejudicada, e isso pode ser um problema maior ainda na escola ou no trabalho. Um estudo da Universidade Brigham Young (EUA) mostra que exercícios – especialmente a corrida – em momentos de estresse ajudam a proteger a memória.
O estudo acaba de ser publicado na revista Neurobiology of Learning and Memory e conclui que correr diminui os impactos negativos do estresse crônico no hipocampo, a parte do cérebro responsável pelo aprendizado e pela memória.
“O exercício é uma forma simples e eficiente de eliminar os impactos negativos do estresse crônico na memória”, diz o autor principal do estudo, Jeff Edwards, professor de fisiologia e biologia na Universidade Brigham Young.
A formação da memória acontece quando sinapses, ou conexões entre neurônios, ficam mais fortes. Esse processo de fortalecimento é chamado de Potenciação de Longa Duração (LTP). Estresse prolongado fragiliza essas sinapses, que diminuiu a LTP e impacta a memória.
O estudo de Edwards mostra que quando a pessoa sob estresse se exercita, os níveis de LTP não diminuem.
Os resultados foram observados em ratos. Um grupo usou rodas de corrida por quatro semanas, correndo 5 km por dia. O outro grupo foi mantido sem a oportunidade de se exercitar, ficando sedentário. Metade de cada grupo foi exposto a situações de estresse, como andar em plataformas elevadas ou nadar em água gelada. Uma hora depois dessas situações, os pesquisadores mediam as LTP dos ratos.
Os ratos estressados que estavam se exercitando tinham LTPs melhores que os ratos estressados sem roda de corrida. Na verdade, ratos estressados que se exercitavam mostraram resultados tão bons quanto ratos não-estressados.
Já o teste de memória envolvia um labirinto. O resultado foi que ratos que se exercitam cometeram muito menos erros de memória do que os ratos sedentários.
“A situação ideal para melhorar o aprendizado e a memória seria não ter que passar por estresse e se exercitar”, diz Edward. “Claro que não podemos controlar o estresse em nossas vidas, mas podemos controlar quanto exercício nós fazemos. É empoderador saber que podemos combater os impactos negativos do estresse em nosso cérebro simplesmente ao sair e correr”.
Então se você vive pensando em começar a correr mas nunca cria coragem, aqui está um fato que pode ajudar na motivação. A boa notícia é que as suas pernas são muito mais longas que as do rato, então correr poucos quilômetros é muito mais fácil para você do que para ele. [Science Direct, Medicalxpress]