Crianças problemáticas pioram a matemática, leitura e comportamento de seus colegas de classe de acordo com uma nova pesquisa.
Os pesquisadores da Universidade da Califórnia, Davis e Pittsburgh, nos EUA, fizeram referência cruzada de testes padronizados e registros disciplinares escolares com petições de medidas cautelares em casos de violência doméstica de mais de 40 mil estudantes de escolas elementares públicas entre 1995 e 2003.
Os pesquisadores ligaram os casos de violência doméstica com 4,6% dos estudantes do ensino fundamental de sua amostragem. Estas crianças tiveram notas 4% mais baixas em testes padronizados de leitura e matemática que seus colegas cujos pais não estavam envolvidos em casos de violência doméstica. Além do mais, crianças de casas com ligações a violência doméstica tinham 44% maior chance de serem suspensos da escola e 28% mais de serem disciplinados por causa de mau comportamento. O impacto diferiu entre os sexos, raças e níveis de renda.
O problema não ficou limitado às crianças problemáticas: Os resultados dos exames caíram e problemas comportamentais aumentaram nos colegas também.
Os meninos problemáticos causaram a maior parte do problema e muitos efeitos ocorreram em outros meninos. Colocar apenas um menino problemático em uma classe de 20 crianças reduz o escore geral da classe em 2% e aumenta em 17% a chance de que outro menino cometa uma infração disciplinar.
Meninas problemáticas, em contraste, tiveram um pequeno (e estatisticamente insignificante) impacto nos seus colegas. O estudo não investigou as razões para as diferenças entre os sexos.
As descobertas tem importantes implicações tanto para políticas educacionais como sociais, segundo os pesquisadores.
Os cientistas também enfatizaram que nem todas as crianças problemáticas em sala de aula venham de famílias que vivem violência doméstica, ou que crianças que vivem em ambientes com violência doméstica sejam necessariamente problemáticas. Mas violência doméstica é um indicador particularmente bom de uma criança problemática que causa problemas nas escolas e para os colegas, segundo os pesquisadores. [ScientificBlogging, UC Davis]