Com base em avaliações de expressões faciais, uma pesquisa da Universidade de Boston (Massachussets, EUA), mostra que as crianças demoram a reconhecer as expressões faciais das pessoas e as associar com sentimentos humanos.
O teste foi feito da seguinte maneira: recrutaram 600 crianças entre 2 e 7 anos, todas vindas de um mesmo contexto social e cultural (no caso, a classe médi-alta maericana|) e as puseram em frente a telas de computador. A tarefa dos pequenos era associar a cara que aparecia no monitor a sensações humanas, tais como “alegria”, “raiva” “tristeza” e “nojo”.
Dividas por idade, os resultados mostraram o seguinte: as mais novas (2 anos) só conseguiam separar a expressão positiva (alegria) das negativas. Não conseguia diferenciar raiva, tristeza, nojo, nada disso. À medida que a idade dos testados ia subindo, a distinção entre as expressões ruins ia melhorando. Mas, até os cinco anos, as crianças ainda não sabiam o que era uma cara de nojo.
Essa mesma “lentidão” psicológica não foi observada com a audição. Ouvindo as palavras, as crianças sabiam separar perfeitamente cada um dos sentimentos que não puderam identificar no rosto dos adultos.
O estudo dá uma explicação plausível para uma situação corriqueira na vida de muitos pais. Quando a criança está, digamos, sentada no chão, e prestes a colocar na boca um objeto tóxico ou perigoso, ela não se detém ao olhar para a cara desesperada do adulto que estiver próximo, porque a expressão não significa nada para o bebê. Por isso, se você estiver nessa situação com seu filho, experimente dizer em alto em bom som que “isso é perigoso”, ou “ruim”, ao invés de gesticular. [Science News]