Uma moradora de Seattle, cidade americana do estado de Washington, teve uma grande surpresa pouco tempo atrás: um belo dia, descobriu um estranho visitante em sua doca.
Um funcionário enviado do serviço para proteger animais selvagens americano, Matthew Cleland, não fazia ideia do que poderia ser aquela criatura peluda.
Uma olhada rápida em um livro de seu escritório revelou que o animal se tratava de uma foca de anel (Histriophoca fasciata), uma espécie ártica que passa a maior parte de sua vida no mar, nas águas geladas do Alasca e da Rússia.
De alguma forma, a foca apareceu na propriedade da mulher, cerca de 1,61 quilômetros (km) da foz do rio Duwamish, um curso de água altamente industrializado que corta o sul de Seattle. Em 2001, os últimos 9 km do rio foram considerados uma área contaminada com substâncias perigosas que precisam de limpeza.
“O avistamento foi muito emocionante”, disse o pesquisador Peter Boveng, líder do Programa Nacional de Laboratório de Mamíferos Marinhos e Ecossistemas Polares. “É realmente incomum”.
Boveng disse que animais como essa foca passam apenas alguns meses por ano no gelo do mar, e quase nunca são vistos para o sul. “Então, é uma surpresa, mas conhecendo a espécie, não é uma completa surpresa. Eles são bons viajantes”.
A foca, identificada como um macho adulto, parecia estar em boa forma. “Nós não temos nenhuma maneira de descartar outras possibilidades, mas eu diria que é quase certo que ela nadou até lá”.
Estudos de rastreamento por satélite revelaram que a foca do anel chegou algumas vezes até o norte do Oceano Pacífico, ao sul das ilhas Aleutas, mas muito sobre a espécie continua um mistério.
Um grupo de conservação tem feito esforços para listar a foca como uma espécie em extinção, devido a preocupações com o gelo em decadência no mar Ártico. Até agora, o governo federal se recusou a listá-la.
Esse animal parece ser apenas o segundo de sua espécie a chegar tão sul. Em 1962, uma foca de anel apareceu em uma praia perto de Morro Bay, na Califórnia, uma cidade cerca de 320 km ao norte de Los Angeles.
De acordo com relatos contemporâneos, a foca estava em boa forma, mas totalmente careca, exceto pela cabeça, pescoço e nadadeiras. Ela morreu um mês depois, no aquário local.
A história da foca de Seattle é desconhecida. Ela não foi vista novamente desde que foi detectada.[LiveScience]