Adorado por alguns e detestado por outros (especialmente por quem tem rinite alérgica), o cheiro típico de lugares abarrotados de livros antigos normalmente surge de um composto chamado lignina, presente em livros fabricados entre a metade do século 19 e meados dos anos 2000 (e, em alguns países, em livros fabricados até hoje).
Essa substância entrou na jogada quando fabricantes de livros substituíram o algodão ou o linho por fibras de celulose. Infelizmente, a lignina é bastante instável, e com o passar do tempo diminui a acidez do papel, o que pode torná-lo frágil e quebradiço. Esse processo pode ser interrompido por substâncias como óxido de magnésio, mas o tratamento deve ser feito com cautela, para não causar estragos ainda maiores.
A ciência da preservação
Uma química da Universidade de Strathclyde (Escócia) chamada Lorraine Gibson criou o projeto Heritage Smells (“Odores de Herança”), no qual são usados espectômetros de massa para identificar, em estágios iniciais, o envelhecimento de livros que contêm lignina.
A iniciativa, se inspirar ações similares, pode ajudar na preservação de milhões de livros. [PopSci]