Alguns adolescentes são conhecidos por todos por serem populares. Outros apenas sentem-se populares. Ambos os grupos se enquadram bem socialmente, de maneira igual, sugere um novo estudo.
Os resultados podem ajudar a justificar a quantidade de tempo que os adolescentes
passam no banheiro se empetecando para ir à escola e tagarelando no telefone
“A percepção dos adolescentes do seu próprio sucesso social pode ser uma maneira crucial de predizer seu ‘funcionamento’” social, disse a pesquisadora Boykin McElhaney, uma psicóloga da Universidade de Virgínia, nos EUA, que liderou o estudo. “Tanto que até mesmo adolescentes que não são muito populares podem demonstrar ajustamento positivo com o tempo se eles possuem um senso interno positivo da sua aceitação social.”
Fatores da amizade
Para chegar a essa conclusão, Boykin e seus colegas pesquisaram mais de 160 adolescentes e pediram para eles mensurarem sobre a sua própria popularidade como a percebiam, incluindo aceitação social e a habilidade de fazer amigos. A popularidade real de cada adolescente, assim como outros fatores sociais, foi colhida através de entrevistas com amigos (escolhidos à mão pelos participantes). Todos os adolescentes completaram a pesquisa quando tinham 13 anos e novamente com 14.
Aqueles que se diziam bem adaptados, não importando a avaliação de seus colegas, ficavam menos hostis enquanto o tempo corria e mais freqüentemente eram mais procurados pelos colegas, do que outros adolescentes. O mesmo ocorreu com os adolescentes que eram considerados populares pelos colegas, não importando a própria percepção sobre sua popularidade. Continue lendo…
“Quando os adolescentes imaginam que estão adaptados seus amigos mais próximos o avaliam como cada vez mais divertido de estar próximo”, disse Boykin. “Eles se dão melhor com seus amigos próximos com o tempo.”
Os que não se encaixam foram os que tinham avaliações baixas em ambas as escalas: pensavam que não eram populares e tiveram uma avaliação baixa dos colegas.
“As crianças que não apareciam no radar em termos de popularidade na escola e não viam a si mesmos como adaptados, mostraram aumento em quanto hostil e agressivos eram avaliados [pelos demais colegas]”, Boykin disse. “Eles eram avaliados como companhias menos desejadas com o tempo.”
Os resultados, detalhados na edição maio/junho da revista especializada Child Development, também podem ajudar a justificar a quantidade de tempo que os adolescentes passam no banheiro se empetecando para ir à escola ou tagarelando no telefone sobre, hum, nada.
“Algumas vezes os adultos (pais, professores, etc.) ficam impacientes pelo quanto os adolescentes investem no seu mundo social”, disse Boykin. “Parte do que estes dados dizem é que eles investem nos mundos sociais por uma razão. Nós não podemos dizer se é causal, mas certamente se uma criança não está se dando bem socialmente, isto não é bom sinal. [Fonte]