O governo brasileiro anunciou recentemente que o desmatamento na Amazônia caiu para sua menor taxa em 22 anos. O monitoramento por satélite mostrou que cerca de 6.450 quilômetros quadrados de floresta foram desmatados entre agosto de 2009 e julho de 2010, uma queda de 14% em comparação com os 12 meses anteriores.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (Inpe), que utiliza satélites para monitorar o desmatamento na Amazônia. O chefe do Inpe, Gilberto Câmara, disse que a redução foi resultado de uma ação coordenada, incluindo um maior controle da exploração madeireira ilegal pelo Ministério do Meio Ambiente e pela polícia federal.
Ou seja, segundo as autoridades, essa redução se deveu a uma melhor monitoração, além de controle da polícia. Os últimos dados sobre desmatamento ainda representam uma área de mais de metade do tamanho do Líbano ou da Jamaica, mas são muito inferiores ao pico de 27.772 quilômetros quadrados de 2004.
Esses resultados vão ser apresentados na Conferência de Mudança Climática da ONU em Cancun, no México. A meta do Brasil é reduzir o desmatamento para 5.000 quilômetros quadrados até 2017.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a redução indica que o Brasil está mantendo as suas promessas sobre o combate ao aquecimento global. Em 2005, Lula se comprometeu a reduzir o desmatamento em 80% até 2020.
O desmatamento é considerado responsável por cerca de 20% das emissões de CO2 a nível mundial. O corte e a queima de árvores na Amazônia tornaram o Brasil um dos principais contribuintes dos gases de efeito estufa que aumentam o aquecimento global.
Os grupos ambientalistas têm alertado que o crescimento econômico ascendente do Brasil, bem como a crescente demanda mundial por produtos agrícolas, poderia aumentar a pressão sobre a floresta amazônica nos próximos anos.
Mas o país está tomando providências. Além das ações coordenadas já citadas, o Brasil tem a agradecer empresas responsáveis que pararam de comprar boi e soja produzida em áreas desmatadas. Há também um programa do governo que deu títulos legais a cerca de 300.000 proprietários de terras, o que ajudou a reduzir a taxa de desmatamento. Além disso, o presidente Lula tem promovido reservas extrativistas, nas quais a população pode cultivar e tirar benefícios da floresta sem destruí-la. [BBC]