Uma equipe de engenheiros italianos está se preparando para um rally de alta tecnologia: uma viagem de quase 13.000 quilômetros da Itália para a China, sem ninguém atrás do volante. O comboio de três meses será o maior teste de veículos sem condutor já realizado, enquanto os carros passeiam através de passagens tortuosas de montanhas, o tráfego de Moscou, e o clima siberiano antes de acabar nas rodovias de Xangai, em outubro.
Claro, quando dizemos que não há ninguém atrás do volante, não é bem assim que funciona. O projeto inclui duas vans providas de energia elétrica, sem motoristas, equipadas com dois técnicos em cada uma. Um deles estará sempre no banco do motorista, preparado para apertar o botão vermelho “deu m*rd*”, e assumir o controle do carro se os scanners laser, câmeras e software entrarem em uma situação que pode se tornar perigosa.
Cada van irá trabalhar em conjunto com outra van líder que conduzirá à frente e dará suas sugestões sobre onde a van sem motorista deve ir. Mas o veículo sem motorista será responsável pela negociação de tráfego e por responder ao ambiente e aos obstáculos ao seu redor. Apenas uma van e o veículo líder irão operar por vez, o outro par será puxado por um caminhão. As vans exigem uma recarga de oito horas depois de algum tempo na estrada, por isso, mesmo viajando a velocidades razoáveis, o curso será muito lento.
A caminhada transcontinental é mais um teste de esforço para a tecnologia sem condutores do que uma demonstração, e os líderes do projeto admitem que os carros provavelmente precisem de um pouco de ajuda dos humanos. Mas as informações coletadas em rota poderão ajudar muito a melhorar seus sistemas inteligentes e de visão artificial.
A ideia é que algum dia a tecnologia sem condutores fique 100% precisa e possa ser utilizada para carga de mercadorias entre os continentes de forma autônoma, ou para reduzir o risco de tropas executando sem condução comboios de suprimentos militares. [POPSCI]