Ícone do site HypeScience

Encontrada medida-chave para a fertilidade masculina

Cientistas descobriram que, quando o assunto é fertilidade masculina, o tamanho importa, sim. Porém, não se trata das dimensões do pênis – um dos últimos tabus sexuais da sociedade – ou testículo, mas sim de uma medida conhecida como distância anogenital (ou DAG) – medida a partir do ânus até a parte inferior do escroto.

Homens cuja DAG é menor que a média, de pouco mais de cinco centímetros, têm cerca de sete vezes mais chance de ser sub-férteis se comparados aos homens de maior DAG. O estudo foi publicado no início do mês de abril na revista Perspectivas de Saúde e do Meio Ambiente.

A pesquisa indica que a distância está ligada ao volume de sêmen e ao número de contagem dos espermatozoides, ambos fatores relacionados à fertilidade masculina. Quanto menor a DAG, maior a probabilidade de um homem uma baixa contagem de espermatozoides.

Segundo Shanna Swan, pesquisadora do Centro Médico da Universidade de Rochester, Nova Iorque, Estados Unidos, o resultados do estudo oferece aos homens a possibilidade de um teste muito simples para detectar algum problema.

“É não-invasivo e qualquer um pode fazê-lo. Esse teste não é sensível aos tipos de coisas que a contagem de espermatozoides é, como estresse ou o calor”, conta Swan.

“Se alguém tem uma DAG curta, e especialmente se o casal tem problema para conceber, eu aconselharia a ir a um médico de infertilidade, pois as chances são grandes de algo estar errado”, diz.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores mediram as DAGs de 126 homens nascidos a partir do ano de 1988. A quantidade é pequena, mas estatisticamente significativa, segundo Swan. O estudo, porém, não aborda as possíveis causas para uma DAG curta.

Estudos anteriores, publicados entre 2005 e 2008, encontraram uma provável ligação entre mães que foram expostas a produtos químicos chamados ftalatos durante a gravidez e a pequena DAG de seus filhos homens.

Os ftalatos são um grupo de compostos químicos amplamente utilizados em processos industriais e produtos para cuidados pessoais, incluindo perfumes, xampus, sabonetes, além de tintas e alguns pesticidas.

Os cientistas dos estudos anteriores descobriram que as mulheres que tinham altos níveis de ftalatos na urina durante a gravidez deram à luz filhos dez vezes mais propensos a ter DAGs curtas do que o esperado.

Swan, que também esteve envolvida em algumas das pesquisas anteriores, conta que o recente estudo não aborda a ligação entre exposição a ftalatos e DAGs, “mas responde à pergunta de por que devemos nos preocupar com essa medida tão pouco conhecida entre os homens”, finaliza.

[Reuters]
Sair da versão mobile