Reviravolta no caso da mulher mais conhecida do mundo: arqueólogos à procura de restos mortais da moça pintada por Leonardo da Vinci acharam o que realmente pode ser o seu esqueleto.
O esqueleto foi descoberto em um convento em Florença, na Itália, onde os pesquisadores procuravam os restos mortais de Lisa Gherardini Del Giocondo, a mulher que se acredita ser a modelo da mais famosa pintura de Da Vinci. De acordo com o antropólogo da Universidade de Bolonha, Giorgio Gruppioni, um primeiro olhar sobre o crânio e a pelve dá a entender que o esqueleto pertenceu a alguém do sexo feminino.
No entanto, mais estudos são necessários para determinar se o esqueleto é, na verdade, do sexo feminino e ainda se a mulher viveu e morreu na mesma época em que Lisa Del Giocondo.
Os pesquisadores foram levados à igreja por conta de registros históricos, incluindo o certificado de morte de Lisa descoberto alguns anos atrás. Ela passou seus últimos dois anos – até sua morte em 1542 – no convento de Santa Úrsula, em Florença, após a morte de seu marido. Os documentos indicam que há uma cripta sob o chão da igreja onde Lisa Del Giocondo teria sido enterrada.
Os pesquisadores planejam continuar a escavação do esqueleto. Se os ossos efetivamente pertencerem a uma mulher do mesmo período que ela, os arqueólogos vão tentar extrair o DNA do esqueleto para compará-lo com os restos de dois dos filhos de Del Giocondo, enterrados em um cemitério separado. Eles também esperam reconstruir seu rosto para compará-lo com aquele pintado por Da Vinci.
Alguns especialistas, no entanto, são céticos quanto à validade do projeto. A antropóloga Kristina Killgrove salienta que a reconstrução facial é uma arte pouco confiável. Ela lembra que muitas tentativas de reconstrução facial já foram feitas antes, sem muito sucesso.
“Apesar do que os pesquisadores que comandaram esses processos anteriores alegam, a reconstrução de rostos há muito tempo mortos apresentam apenas uma pequena semelhança com o original, mesmo tendo sido baseados no crânio quase que completo”, observa.
Monty Dobson, arqueólogo na Universidade de Drury, Missouri, EUA, concorda que o esqueleto desenterrado “está com uma aparência bem complicada”, o que torna difícil uma reconstrução facial confiável.
Segundo Dobson, porém, não seria de todo surpreendente se o esqueleto acabasse sendo de alguém com o DNA ao menos semelhante ao de Lisa Del Giocondo uma vez que os registros históricos indicam que os pesquisadores estão escavando a própria cripta da família. Mesmo assim, é preciso ter cuidado ao fazer conexões diretas com Mona Lisa.
“Vamos supor que eles identifiquem o esqueleto e ele não seja de Mona Lisa. Ok, maravilha. O problema é se, após terem identificado a pessoa, ainda ficarem tentando fazer ligações entre esse indivíduo e a Mona Lisa”, diz. [LiveScience]