Pela primeira vez, uma enzima química criada por humanos, chamada “chemzyme” (em inglês, mistura de “química” com “enzima”), tem sido utilizada para quebrar uma toxina encontrada no interior de frutas e outros vegetais.
As chemzymes são projetadas para imitar as enzimas naturais do corpo humano, mas são muito mais simples e mais resistentes. A chemzyme concebida por uma cientista dinamarquesa neutralizou o esculina glicosídeo, um composto tóxico encontrado em castanhas, com sucesso. Essa toxina pode causar problemas “um pouco” desagradáveis como espasmos musculares, falta de coordenação, vômito, diarréia e paralisia.
As enzimas são feitas de cadeias de aminoácidos e são responsáveis por reações químicas dentro do corpo. Elas podem quebrar alimentos e toxinas rapidamente, e podem ser usadas em outras aplicações para estimular reações químicas. Mas são muito complexas e frágeis e, portanto, difíceis de duplicar.
Já as chemzymes são versões mais simples de enzimas naturais, que contêm apenas os ingredientes mínimos necessários para elas poderem trabalhar.
Os cientistas investigam enzimas sintéticas para uma variedade de aplicações, incluindo a medicina e a indústria. Porém, essa foi a primeira vez que uma delas foi usada para neutralizar as toxinas de origem alimentar natural.
O design simples da chemzyme poderia tornar mais fácil criar novos tipos para tarefas específicas. Os pesquisadores já demonstraram que mudanças simples na estrutura de uma chemzyme podem alterar drasticamente a sua capacidade de reação química.
Até agora, ninguém foi capaz de fazer chemzymes que trabalham tão rapidamente quanto as enzimas naturais, mas elas são mais resistentes ao calor e a produtos químicos, de modo que seria mais fácil produzi-las em grandes quantidades, o que poderá abrir novas portas para a pesquisa farmacêutica e química. [POPSCI]