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Errar é tecnológico: celulares que podem cometer erros duram mais tempo

“Errar é humano, perdoar é divino”. Mas será que o mesmo princípio pode ser aplicado a computadores? Essa é mais ou menos a premissa de um campo em crescimento, que permite aos computadores cometer pequenos erros.

Isso porque os processadores modernos gastam uma grande quantidade de energia em circuitos de verificação de erros. E devido ao risco de erros, eles têm de operar em alta voltagem, o que consome ainda mais energia.

Pesquisadores agora pretendem desenvolver novos mecanismos que deixem passar tais erros. Assim, menos energia é gasta e as demandas de verificação de erros também podem ser reduzidas.

Tendo isso em mente, o professor de Engenharia da Computação da Universidade de Illinois, Rakesh Kumar, que é pioneiro no assunto, e seu colega de profissão da Universidade de Washington, Ceze Luis, publicaram um novo estudo em que um inédito software foi instalado em um sistema para permitir erros e reduzir o consumo de energia.

Os resultados mostram uma redução no consumo de energia na faixa de surpreendentes 50%, mantendo a estabilidade do sistema. Ou seja, metade de toda a energia gasta por um aparelho eletrônico serve apenas para controlar possíveis erros.

Ceze ainda acredita que reduções de até 90% serão possíveis após uma eventual melhora no método. “Nós todos sabemos que o consumo de energia é um grande problema. Com a implementação do nosso sistema, os usuários de telefones celulares terão uma bateria que dura duas vezes mais, e até aparelhos menores”, projeta. “Os centros de computação também seriam beneficiados, já que a conta de energia cairia aproximadamente pela metade”.

Dentro de um telefone celular, por exemplo, existem dois tipos distintos de interfaces de programação de aplicações (API na sigla em inglês), que são o conjunto de padrões estabelecidos por um software para seu funcionamento.

Uma API é usada para tarefas de precisão – como telefonar para o número selecionado ou digitar sua senha. A outra API fica encarregada das demais tarefas, não tão essenciais para o funcionamento do sistema e que, portanto, pode apresentar pequenas falhas, como a configuração de jogos e demais aplicativos extras de um dispositivo móvel.

As duas APIs são separadas por uma barreira “impenetrável” de codificação e não são autorizadas a misturar informação, segundo os pesquisadores. A área que aceitaria as falhas menores seria apenas aquela que lida com informações não essenciais ao funcionamento do sistema, garantem.

Através de combinações especiais entre hardware e software, eles esperam que os ganhos de energia atinjam 90% para algumas aplicações. “Nosso objetivo a longo prazo é de melhora da vida da bateria em até dez vezes. Acredito que poderemos alcançar essa meta se continuarmos a trabalhar para desativar essa precisão desnecessária”, afirma Ceze.[DailyTech]

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