Você já deve ter ouvido que não há nada mais precioso que o sorriso de uma criança. Pois se o sorriso for substituído por uma risada de boca aberta, será ainda mais preciosa. Uma pesquisa mostra que as pessoas respondem mais positivamente a rajadas de vogais emitidas a partir de uma boca aberta (o famoso “hahaha”), daquelas ouvidas da plateia de sitcoms, por exemplo. E quanto mais esse riso continua, mais os ouvintes gostam.
O riso que, pelo contrário, não vibra as cordas vocais é menos contagiante, como explicam os pesquisadores especialistas no assunto Michael Orwen, da Georgia State University e Tobias Riede, da Universidade de Utah. Em um experimento, 28 estudantes universitários avaliaram 48 tipos diferentes de riso, todos “com voz”, ou seja, risos que fizeram as cordas vocais vibrarem.
Os alunos classificaram todos os risos como positivos, mas eles deram classificações mais elevadas para o riso da boca aberta. Em outro experimento, os ouvintes responderam mais positivamente para períodos maiores de risos com a boca aberta do que passagens mais curtas, de acordo com os pesquisadores. Os trabalhos anteriores já tinham mostrado que as pessoas preferem gargalhadas com som em vez de risos mais contidos, como bufos feitos através do nariz.
Todos os risos utilizados na pesquisa foram tirados de filmes clássicos de comédia ou durante brincadeiras feitas entre os participantes. “Um ponto importante é que o riso foi associado como uma coisa positiva em todas as circunstâncias”, destacam os pesquisadores.
Isso levanta uma questão: Se todas as risadas surgiram em circunstâncias verdadeiramente felizes, porque os ouvintes uniformemente pareceram preferir um certo tipo? Orwen suspeita que pode ter a ver com nossa capacidade de detectar o quão engraçada a piada que ocasionou a risada foi, também conhecido como o nível de excitação do riso.
Risadas de boca aberta podem se destacar devido a um aumento da alegria: as pregas vocais estão cada vez mais em movimento e a boca, aberta. Segundo os pesquisadores, os ouvintes inconscientemente podem responder a essa mudança.
Para testar isso, os pesquisadores planejam expor mais participantes a cenas de humor e gravar suas risadas. Mas no próximo experimento, cada um avaliará o nível de satisfação a cada momento enquanto os pesquisadores medirão a condutância da pele (uma medida da resposta emocional, como o estresse) e as batidas do coração.[Live Science]