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Esperança: florestas estão sendo melhor cuidadas

Há luz no fim do túnel. Um estudo realizado pela Organização Internacional das Madeiras Tropicais (ITTO, na sigla em inglês) aponta que as florestas tropicais em todo o mundo estão sendo melhor administradas agora do que há cinco anos. Segundo o relatório, as melhorias mais significativas foram observadas na África.

A ITTO é uma organização de trocas comerciais a favor da sustentabilidade. Seus 60 países-membros representam 90% do comércio mundial de madeira. O relatório atual analisou dados de 33 importantes países no contexto do comércio madeireiro, como Brasil, Congo e Indonésia. Os três apresentam vastas regiões cobertas por forestas.

A pesquisa aponta que as áreas sustentáveis aumentaram cerca de 50%. No entanto, mais de 90% da área coberta por floresta tropical no planeta não tem proteção.

“O importante é que a área sob manejo florestal sustentável subiu de 36 para 53 milhões de hectares em cinco anos”, lembra Duncan Poore, um dos autores do relatório. “É uma melhora substancial, mas ainda há um longo caminho a percorrer”, ressalta.

“Calculando a área de cobertura florestal permanente dentre os membros da ITTO, chegamos a 760 milhões de hectares. Ou seja, os 53 mil protegidos não chegam sequer a 10% do total, o que é decepcionante”, emenda.

Dentre os países que mais se destacaram no aumento da proteção estão Bolívia, Brasil, Camarões, Congo, Gabão, Peru e Venezuela. Entretanto, observações por satélite revelaram recentemente uma escalada alarmante do desmatamento no nosso país, indicando que a perda de floresta em algumas zonas do Brasil pode continuar mesmo que aumente a proteção em outras áreas.

“É mais importante se certificar de que os países decidam quais áreas de mata eles querem preservar e com qual finalidade, e cuidar de forma satisfatória, ao invés de chorar lágrimas de crocodilo sobre o desmatamento”, acredita Poore. “A realidade é que na maioria dos países o desmatamento vai continuar. Porém, se eles cuidarem das áreas que são realmente importantes ecologicamente, a devastação pode não ser um problema”, revela.

O relatório da ITTO deixa claro que as pressões para o desmatamento casa vez maior continuam devido à expansão da população mundial, à utilização crescente de matérias-primas como madeira e ao aumento da demanda por terra para agricultura e pecuária.

A grande esperança é que países ricos possam em breve começar a financiar os mais pobres para proteger as florestas com o interesse de absorver dióxido de carbono e combater as alterações climáticas.

Porém, apesar de anos de discussão, o estabelecimento de um mecanismo internacional de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) permanece indefinido, em grande parte devido a discordâncias mais amplas entre os países. Segundo Poore, o estabelecimento de um esquema de REDD seria “muito importante” para a saúde a longo prazo das florestas tropicais.[BBC]

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